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Os
Tesouros do Vaticano
(…) Enquanto
Rafael trabalhava, Michelangelo estava pintando o tecto da capela papal
conhecida como Capela Sistina (1508–1512). Michelangelo pintou a abóboda com
cenas do livro do Génesis: a criação do mundo e de Adão e Eva, a expulsão do
Jardim do Éden e a destruição do mundo pelo dilúvio. (…) Em 1546, Michelangelo,
então com setenta e um anos, foi nomeado arquitecto da São Pedro e desmanchou
algumas construções; também começou a trabalhar na primeira grande cúpula a ser
erguida numa colunata. Projectada por Michelangelo, mas só terminada após a sua
morte, a abóboda coroa a igreja. Centro geográfico da Igreja Católica Romana, o
Vaticano possui algumas das mais preciosas obras de arte do mundo, e muitos
acreditam que seja a organização mais rica do planeta. Num livro sobre os
tesouros do Vaticano, The Vatican Billions (Os bilhões do Vaticano),
Avro Manhattan observou que a Igreja Católica é o maior poder financeiro, maior
acumuladora de riquezas e a maior proprietária de terras actualmente. Possui
mais riquezas materiais do que qualquer outra instituição, corporação, banco,
truste gigantesco, governo ou estado do mundo inteiro. O papa, como governante
desse imenso acúmulo de riquezas, é, consequentemente, o indivíduo mais rico do
século XX. Ninguém tem condições de dizer precisamente quanto ele vale em
termos de bilhões de dólares. Segundo o autor, a Santa Sé tinha grandes
investimentos com os Rothschild na Inglaterra, França e Estados Unidos, e no
Hambros Bank e Credit Suisse em Londres e Zurique. Nos Estados Unidos, tem
holdings com o Morgan Bank, Chase-Manhattan Bank, First National Bank of New
York, Bankers Trust Company e outros. Entre os seus investimentos estão bilhões
de acções das mais poderosas corporações internacionais, como Gulf Oil, Shell,
General Motors, General Electric, IBM e outras. Segundo uma estimativa
conservadora, a quantidade de investimentos é superior a 500 milhões de dólares
só nos Estados Unidos. Num comunicado publicado recentemente, a arquidiocese de
Boston declarou activos no valor de US$ 635.891.004, o que representava 9,9
vezes o seu passivo. Com isso restava um património líquido de US$ 571.704.953.
Não é difícil descobrir a riqueza absolutamente impressionante da igreja, disse
Manhattan, quando somamos as riquezas das vinte e oito arquidioceses e 122
dioceses nos Estados Unidos, algumas das quais são ainda mais ricas que a de
Boston. Pode-se ter uma ideia das propriedades e outras formas de riqueza
controladas pela Igreja Católica pela declaração de um membro da Conferência
Católica de Nova Iorque, segundo a qual sua igreja provavelmente só perde para
o governo dos Estados Unidos no volume de compras anuais. Essas estatísticas
indicavam que a Igreja Católica Romana, uma vez calculados todos os activos,
era o corrector mais incrível do mundo. A Santa Sé, independentemente do papa
que estivesse ocupando o cargo, foi-se voltando cada vez mais para os Estados
Unidos. Um artigo do Wall Street Journal disse que os negócios financeiros do
Vaticano só nos Estados Unidos eram tão grandes, que frequentemente envolviam a
compra ou venda de ouro em lotes de um milhão de dólares ou mais de cada vez. Segundo
a United Nations World Magazine, o tesouro do Vaticano chegava a vários bilhões
de dólares em ouro. Boa parte dele estava armazenada em lingotes no Federal
Reserve Bank dos Estados Unidos, e o restante em bancos da Suíça e Inglaterra.
A riqueza do Vaticano apenas nos Estados Unidos era maior do que a das cinco
corporações mais ricas do país. Mas, em 1987, a revista Fortune noticiou que apesar
de todo o seu esplendor, o Vaticano está praticamente falido. O artigo dizia: depois
de ter sobrevivido a invasões bárbaras, perseguições, inúmeras pragas e cismas
ocasionais, o papado agora enfrenta um problema da era moderna: um profundo
aperto financeiro. Os custos da burocracia crescente do Vaticano superam em
muito os seus recursos. No ano anterior, a Santa Sé captou 57,3 milhões de
dólares de fontes tão diversas quanto taxas de cerimónias; receitas de
publicações, anúncios em jornais e vendas de videocassetes; e modestos ganhos
de investimento de 18 milhões de dólares. Com investimentos da ordem de 500
milhões de dólares, o Vaticano controlou menos recursos financeiros do que
muitas universidades norte-americanas. Na Primavera de 2008, o Vaticano
informou que seus contabilistas haviam registado uma perda em suas contas
anuais pela primeira vez em quatro anos. O relatório dizia que a Santa Sé
perdera quase 10 milhões de euros depois de investir em dólares antes da queda
acentuada da moeda norte-americana em relação ao euro. E o buraco no orçamento
teria sido ainda pior, disse uma fonte, se a Igreja não tivesse elevado os
alugueres das suas propriedades em Roma, sobre as quais não paga impostos ao
estado italiano». In Paul Jeffers, Mistérios Sombrios do Vaticano, 2012, tradução de
Elvira Serapicos, Editora Jardim dos Livros, 2013, ISBN
978-856-342-018(7)-3(6).
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