La Carolina
jdact e wikipedia
Urbanismo: o Contexto Europeu
«(…) Se existem semelhanças
entre os planos destas duas cidades, algumas características diferenciam-nas: también como en La Magdalena (o novo
bairro de Ferrol), el conjunto urbano queda
articulado por calles de 10 varas y confornado por la yuxtaposición de una serie
de módulos-quartiers perfectamente distinguibles. Sus manzanas, aunque desiguales,
guardas [sic] todas propórcion
u éstan pensadas para alojar patios de luces intermedios. Asimismo, unos
critérios simétricos rigen su composición. No goza, sin embargo, como Ferrol,
ni de su homogeneidad, igualitarismo, ni tampoco de su equilibrio formal. En
San Carlos, además, los episódios monumentales jugarían un papel más destacado
dentro de la trama urbana y três grandes arterias, de 16 varas de ancho,
dominarían sobre las demás. Outra obra emblemática de Carlos III, em
Espanha, que consistiu no esforço de colonização da área da Andaluzia.
Construíram-se vias de comunicação, fomentou-se o cultivo de áreas incultas e
promoveu-se a fundação de povoações rurais que provessem os habitantes dos
necessários equipamentos. Esta infra estruturação foi realizada segundo duas directrizes
geográficas, na Sierra Morena e no caminho que liga Córdoba e Ecija. Na Sierra Morena
foram fundadas: La Carolina, Las Navas de Tolosa, Carboneros, Guarromán,
Rumblar, Santa Elena, Miranda, Aldeaquemada, Herradura e Tajumosa. Nas
províncias de Sevilha e Córdoba: La Carlota, Pineda, La Luisiana, Fuente
Palmeira, Hilillos, San Sebastiàn de Ballesteros, entre outras. São sobretudo pequenas
povoações com estruturas regulares, projectadas pelo arquitecto de confiança do
Rei, o italiano Nebroni, possivelmente discípulo de Sabatini. Entre as que se
salientam mais temos La Carolina. Esta estrutura-se segundo um eixo principal,
uma rua, na qual se articulam praças de formas diversas. Uma das praças
apresenta forma octogonal, embora não constitua qualquer cruzamento de vias. A
maior delas, donde partem duas ruas radiais, articula-se com uma praça menor,
redonda, por duas pequenas torres. No cruzamento desta via principal comum eixo
perpendicular que conduz à morada do Intendente, no sentido ascendente, abre-se
uma praça rectangular. Associada à residência do Intendente está a Igreja. Este
conjunto apresenta-se à margem do tecido urbano projectado, desenvolvendo-se
nas suas traseiras um grande parque verde.
Las Navas de Tolosa é
também um exemplo em que foi usada uma praça octogonal, neste caso como enquadramento
da Igreja Paroquial e onde desemboca a rua principal da povoação. O rei Carlos
III foi uma figura decisiva na implementação na corte espanhola das ideias do Iluminismo.
Vindo do Reino de Nápoles, o rei traz consigo Francisco Sabatini, italiano, que
foi o seu arquitecto preferido. Carlos III vinha imbuído das novas ideias de
servir o bem-estar dos povos, e uma das suas primeiras iniciativas foi prover a
que Madrid se tornasse uma cidade limpa e ordenada. Promoveu um processo de
recolha dos lixos e um sistema de esgotos, assim como promulgou leis que
obrigavam os proprietários a calcetarem as ruas frente aos seus edifícios,
encarregando-se o governo central das vias públicas e dos espaços referentes a
equipamentos públicos. Tratou igualmente da iluminação da cidade. Contudo
muitas vozes se levantaram contra as despesas feitas, aparentemente sem justificação,
e também por parte da população, que não estava habituada a tais regras.
Em Nápoles, onde o mesmo
Carlos III reinara anteriormente, fizeram-se uma série de cidades na Calabria,
sob o seu governo. Estas foram construídas para realojar as populações, após um
grave terramoto, em 1783. Alguns exemplos são: Santa Eufémia, Cortale,
Seminara, Palmi, Mileto, Borgia, Paese del Bianco, Santa Agata, Reggio, Bagnara…
Com uma perspectiva de ordenamento regional (iniciou-se a construção da estrada
das Calabrias, estas cidades foram realizadas com planos regulares,
tendencialmente recticulares, mas com a introdução de eixos diagonais
(estruturantes ou não) e uma série de praças. Também no governo de Carlos III, encetaram-se
várias obras públicas em Nápoles, com o objectivo de incrementar eixos de desenvolvimento
para o crescimento da urbe. Realizou-se igualmente, com projecto de Vanvitelli,
a Reggia de Caserta (1752-1774). Outros exemplos italianos deste século XVIII
são San Lorenzo Nuovo e Servigliano (1772-96), onde a Igreja joga um papel
fundamental e o plano para a cidade industrial de San Leucio (1775), com um
traçado baseado em praça central e ruas radiais». In Cátia Gonçalves Marques,
Departamento de Arquitectura da FCTUC, Junho de 2004.
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