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Gáfete Vila, és um jardim
«Gáfete Vila és um jardim,
Parece-nos quereres dizer
Que és de encantos sem ter fim
' E o que é bom é Para se ver.
E o desporto em força queres ter.
Limitam-se a seguir teus Passos.
- Bola ao centro! - Grita a assistência,
João de Rosa, Caturra e Travassos
São homens em evidência.
És ainda por excelência
A jóia de estimação,
Quem está cá por residência
Recebe milhares da região,
Onde se convive em união
E existe amor Português.
E esse teu povo é mesmo assim
E é alérgico à estupidez.
Por isso se exclama muita vez:
Gáfete Vila, és um jardim.
Terra linda estás vaidosa,
E em cultura vais em frente
Tinhas a banda iá famosa,
E tens um rancho não diferente.
Tens homens bons certamente
Que te estão a dar Projecção.
Mata-burros é dos Primeiros!
Gáfete é por tradição
Terra de grandes toureiros.
Tens teus santos Populares!
E o Santo António é o mais
querido,
Recebe as moças aos milhares
À procura de marido.
São Pedro está convencido
Que a sua festa é a mais recente,
São João nos reza em Prosa
E em nossas vidas está Presente,
Ele é o padroeiro da gente,
Terra linda estás vaidosa.
Tens em Castelo teu Passado
E em cada esquina ficou
Mistérios de um Povo estimado
Que restos de vida ali deixou'
Muitos deles já Deus levou,
Esteja em paz a alma deles
A Terra lhes seja leve.
Manuel Lopes foi um deles
Que Gáfte Vila, muito deve.
Se Ele fosse vivo ia breve
A visita à Fonte Nova.
Onde estava satisfeito
E da praça lhe diziam em trova:
O Centro de Dia está feito.
Os balneários, eu não aceito,
Banhoca na barragem
Faz chichi em qualquer lado
Mas é linda a tua imagem,
Se tens no Centro gente em viagem
Tens
em Castelo teu passado».
Noite dos Poetas Populares
Mote
Crato, terra de obreiros
Portugueses, bons artistas;
Filhos da Pátria de Camões,
Nação de velhos fadistas.
I
Crato é mesmo um céu aberto
Tem um Deus e uns anjinhos
E uns Senhores muito Santinhos...
Mas lixam sempre um São Roberto.
Manuel Filipe, esse está certo,
É um Santo dos milagreiros,
Mas há uns santinhos herdeiros
E santas num vai-vem,
Mas também, sabe fazer o bem,
Crato, terra de obreiros !
II
São Gregório sempre nos rodeia,
Mas nas rezas exclama assim:
Gáfete é lindo, é um jardim,
Mas lá, São Marcos presenceia
O bem-fazer do Senhor José Gouveia.
E senhor Viriato, nas entrevistas
E senhor João a dar nas vistas
E senhor Cascata, em orador
E senhor Espalha a dizer em amor:
Portugueses, bons artistas!
III
O povo de Gáfete é civilizado,
Mas os do Crato são mais possantes.
É o senhor Pratas uns dos-santos;
Virou, virou e está virado.
Vítor Braz é um encarregado,
Mas não admite aldrabões.
José Manuel, em Gáfete, só vê
cifrões.
Mas vai, vai senhor Ferreira sempre
em frente,
Mas tem muita raça essa gente,
Filhos
da Pátria de Camões!
IV
Senhor Lau é muito adorado,
Por cristãozinhos e ateus,
Mas é Senhor José Leitão o nosso deus
E fez de Gáfete um altar estimado
E nos fez um milagre sagrado:
Excluiu os maus dos humanistas
E fez Chico Faria rever as listas
E Mário Cruz soprar o balão
E dizer essa frase com emoção:
Nação
de velhos fadistas!»
Poemas de Manuel Costa Viegas
Edição
do Autor, in “Perante Deus somos iguais”; Julho de 1993
Cortesia
de Tipografia Guedelha/JDACT