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de wikipedia e jdact
«A Sociedade de Geografia de Lisboa (SGL), em 1878, solicitou
ao Governo da época a criação de um Instituto de Estudos Coloniais para
preparar aqueles que viessem a desempenhar funções públicas nas Colónias. Só
bastantes anos depois, em 1906, se concretizou essa aspiração criando-se a
Escola Colonial que vai funcionar na Sociedade de Geografia. No dia 25 de
Outubro de 1906 foi inaugurado o primeiro curso da Escola pelo rei Carlos I.
Foi a escola reformada em 1919, tornando-se o curso colonial, curso superior. Em
1927 o ministro João Belo muda-lhe o nome para Escola Superior Colonial. A
Escola, sustentada com verbas disponibilizadas pelo Ministério das Colónias,
manteve-se em funcionamento no edifício da Sociedade de Geografia até 1934. A
Direcção da Escola era exercida pelo presidente da Sociedade de Geografia. O
aumento do número de alunos tornou necessário transferir a Escola para outras
instalações, passando em 1934, com o apoio do ministro Armindo Monteiro, para
um palacete na Praça do Principie Real nº 21. Em 1962, já integrada na
Universidade Técnica de Lisboa, ocupa parte do palácio Burnay, na Rua da
Junqueira, nº 86. Hoje é um dos principais Institutos Superiores da Universidade
de Lisboa, tendo as suas óptimas instalações no Polo da Ajuda desta
Universidade. Assim chegamos ao Instituto Superior de Ciências Sociais e
Politicas que ocupa lugar de merecido relevo no contexto universitário
nacional.
Foi na Sala Portugal onde, em 25 de Outubro 1906, sob a
presidência de Carlos I foi realizada a Sessão Inaugural da Escola Colonial
origem do actual ISCP. Comemoramos esta notável efeméride, para nós, os da
Sociedade de Geografia de Lisboa, mas também os actuais iscspianos, neologismo
muito querido aos actuais professores, alunos e funcionários do ISCSP. É altura
de recordar os principais passos que estiveram na origem da fundação da Escola
Colonial, bem como referir aqueles dados pela Sociedade que a gerou e ensinou a
caminhar e deu asas para os primeiros voos promissores. Desde a sua fundação a
Sociedade de Geografia de Lisboa procurou delinear e solicitar aos governos a
organização do ensino colonial. Era uma necessidade instante para a administração
efectiva e eficaz das possessões ultramarinas portuguesas. É na sequência deste
movimento promovido pelos mais clarividentes conhecedores dos problemas da
administração colonial que em 1878 o vice-presidente da Sociedade de Geografia
de Lisboa, Teixeira Vasconcelos, apresenta a seguinte proposta:
Proponho que a Sociedade de Geografia de Lisboa represente ao
governo, pedindo a creação de um instituto em que se ensinem as línguas das
possessões portuguezas ultramarinas, e a história e geographia coloniaes,
concedendo-se preferência nos concursos para os empregos do ultramar a quem
tiver a carta passada por esse instituto, ou a approvação dos exames n’aquellas
disciplinas, se ao governo parecer mais conveniente accrescentar as cadeiras
indicadas a algum dos cursos superiores já existentes.
Considerando a proposta de Teixeira Vasconcellos, Francisco Adolfo
Coelho, professor do Curso Superior de Letras apresentou o seguinte aditamento:
Que seja preferida a creação em Lisboa de um instituto colonial
com o seguinte quadro inicial de cadeiras de ensino:
1ª - Geographia e
ethnologia da Africa e da Asia;
2ª - Geographia e
história das colonias portuguezas;
3ª - Grammatica
comparada das línguas bantu
e ensino pratico do nbundo e
zulu;
4ª - Grammatica
comparada dos dialectos modernos da India, do grupo sanskrito e ensino pratico
do hindustani, marathi e concani;
5ª - Fauna e Flora
das colonias portuguezas, agricultura com aplicação ás mesmas;
6ª - Direito
administrativo colonial.
As ideias preconizadas pela Sociedade de Geografia de Lisboa
necessitaram de um período de maturação até que o Governo a elas se
sensibilizasse e tomasse a decisão de criar a Escola Colonial. É então criada a
Escola Colonial pelo Decreto de 18 de Janeiro de 1906 assinado pelo Secretário
de Estado dos Negócios da Marinha e Ultramar Manuel António Moreira Júnior sendo
ministro Ayres Ornellas Vasconcellos. É esta data que hoje comemoramos Este
Decreto é precedido de um Relatório assinado pelo Conselheiro Moreira Júnior em
que se afirma: uma escola colonial em que seja dada a instrução mais
universalmente reputada indispensável aos funcionários ultramarinos, tal é a
criação que se impõe». In Luís
Alves Barros, Nos 110 anos do Instituto Superior de Ciências Sociais e
Políticas, Série 134, nºs 1 e 12, 2016, Boletim da Sociedade de Geografia de
Lisboa, 2016, Registo no ICS 0037_8690.
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