Segredos do Templo
«(…)
Quando Salomão morreu, por volta de 925 a.C., a maioria das tribos israelitas,
a tribo de Judá, separou-se das demais tribos e fundou seu próprio reino independente,
escolhendo Jerusalém como sua capital. Grosso modo, circundando a área que hoje
é o sul de Israel, esse reino era conhecido como Judá, mais tarde vindo a ser
chamado de Judeia pelos romanos, e seu povo ficou conhecido como os judeus. Foi
o povo de Judá que desenvolveu os primeiros preceitos da religião hebraica, que
viria a ser o Judaísmo, e transformou o Templo de Jerusalém no santuário mais
sagrado da religião judia por mais de trezentos anos, até que a cidade foi
invadida pelos babilónios. Na época, milhares de judeus foram escravizados e
guiados para o exílio na cidade da Babilónia (próximo à moderna Bagdad), e em
597 a.C. o rei babilónio, Nabucodonosor, ordenou que o Templo fosse saqueado e
destruído. Entretanto, em 539 a.C, quando os persas, do que hoje é o Irão,
derrotaram os babilónios, foi que os judeus tiveram permissão para voltar a Jerusalém.
Logo depois, o Templo foi reconstruído em uma escala menor, mas quando os
romanos tomaram a cidade em 63 a.C, o santuário estava num estado avançado de
ruínas. Paradoxalmente, a ocupação romana de Judá, na verdade,
trouxe grande prosperidade para a
região; algo muito maior do que vivera durante séculos de existência. Quando o
judeu aristocrata Herodes foi empossado pelos romanos como um rei fantoche, ele
usou a sua nova riqueza para reerguer o Templo numa escala ainda maior do que a
original. O trabalho foi iniciado por volta de 19 a.C, e quando o concluíram em
64 d.C, o novo Templo era uma das maiores e mais impressionantes estruturas em
todo o Império Romano, e conferiu a seu patrono o título de Herodes, o Grande.
O historiador judeu Josephus,
fazendo seu trabalho por volta de 90 d.C, dá os detalhes da estrondosa
magnitude do projecto. As dimensões das paredes externas mediam aproximadamente
250 por 1.000 metros, criando um perímetro externo inacreditável de quase dois
quilómetros e meio. As paredes tinham quase 30 metros de altura e eram feitas
de pedras, muitas delas com peso de quase cinquenta toneladas. Na entrada
principal da ala sul do complexo que parecia uma cidade, largas escadarias
conduziam as pessoas até aos portões do Pórtico Real, um grande corredor com
colunas, que dava acesso ao amplo pátio externo. De acordo com Josephus, os
pilares sólidos que sustentavam o telhado do pórtico eram tão grandes que eram
necessários quatro homens com os braços esticados para circundá-los. O pátio
externo era grande o suficiente para abrigar o equivalente a treze campos de
futebol moderno e era cercado de todos os lados por colunatas.
Em baixo dessas passagens
cobertas, que proporcionavam uma sombra do sol escaldante, os visitantes podiam
se reunir, e professores e alunos podiam se sentar para debater questões
religiosas. Brilhando no meio do pátio ficava o complexo do Templo interno,
construído na parte de cima de uma plataforma de pedra gigantesca com
aproximadamente 1 metro de altura. Suas paredes mediam algo em torno de 150 a
300 metros e tinham cerca de 30 metros de altura, com pequenas torres de defesa
em pontos estratégicos. Em diversos degraus intercalados havia estruturas que
se elevavam até à plataforma dando acesso a oito portas enormes revestidas com
placas de ouro e prata. A metros de altura, suas portas duplas de bronze eram tão
pesadas, eram tão pesadas que, de acordo com Josephus, vinte homens eram precisos
para fechá-las.
Qualquer pessoa podia entrar no
Pórtico Real e o no pátio externo, mas somente os judeus tinham permissão para entrar
no complexo central. Placas de aviso escritas em grego e latim diziam a todos
os não judeus para não entrarem, sob pena de morte. Pelo Portão Coríntio,
adoradores entravam num pátio externo, com cerca de 70 metros quadrados, também
cercados por passagens cobertas. Esse pátio era conhecido como o Pátio das
Mulheres, porque além desse lugar, as mulheres não tinham permissão para entrar
em lugar nenhum. Somente os homens podiam subir um lance de escadas a mais e
passar por um último portão para frequentar num pátio interno anterior ao
Templo em si, uma reconstrução exacta do Templo original de Salomão, conforme
relatado nas escrituras antigas.
O Templo de Salomão tinha cerca
de 50 metros de altura e algo em torno de 300 metros quadrados. Suas paredes
eram sustentadas por colunas e o telhado cercado por estacas douradas para
impedir que os pássaros se empoleirassem ao longo de suas guarnições. Dentro do
Templo, havia um santuário externo, onde ficavam braseiros para os sacrifícios
de animais, exigidos pela lei religiosa contemporânea, e o altar superior, que
dava base para o menorah, o candelabro de sete velas que simbolizava a presença
de Deus. Finalmente, além dele, ficava o santuário mais secreto chamado de
Sagrado dos Sagrados: uma câmara escura, sem janelas, construída para guardar a
relíquia sagrada que todo o Templo foi erguido para abrigar, a Arca da Aliança».
In
Graham Phillips, Os Templários e a Arca da Aliança, 2004, Madras Editora, 2005,
ISBN 978-857-374-965-6.
Cortesia de MadrasE/JDACT
JDACT, Graham Phillips, Israel, Religião, Conhecimento, Literatura,