(1898-1980)
Varsóvia
Cortesia de coletivoinstalacao
«Para aqueles que, como eu, vivem à margem da sociedade, as regras habituais não têm qualquer valor», Tamara de Lempicka. Esta frase define claramente o espírito e a sua postura ao longo da vida e obra.
A pintora polaca foi uma devota do movimento Art Déco. Até ao pf dia 10 de Julho, no Complexo Vittoriano (Roma), vai estar patente uma exposição da «Diva da Pintura».
Pensa-se que Tamara terá nascido na Polónia. Ao certo, sabe-se que saiu da Rússia fugindo à Revolução, mudando-se com cerca de 16 anos para Paris, acompanhada do seu primeiro marido, Tadeusz Lempicki. Instalou-se em Montparnasse, e desde logo começou a insurgir-se no seio da nata da sociedade parisiense. La belle polonaise, como era chamada, era o paradigma da mulher moderna, bem como da sociedade da época, fazendo a apologia à joie de vivre, ao consumismo, ao conforto, à segurança, à técnica, ao futuro!
Cortesia de rceliamendoncawordpress
Começou a dedicar-se mais seriamente à pintura por intermédio de André Lhote, com quem teve aulas de pintura e através de quem viria a adquirir o seu estilo peculiar. Tendo assim, como base, o cubismo sintético, em que se aliava o vanguardismo do cubismo com os motivos burgueses e mais académicos, a obra de Tamara assentou predominantemente no rótulo de Art Déco, marcada pelo pós-cubismo no seguimento de Picasso e Braques, e pelo neoclassicismo adaptando Ingres.
Cortesia de rceliamendoncawordpress
No entanto, Tamara vai mais além desta mensagem própria da época dos loucos anos 20, ao atribuir uma grande intensidade psicológica e física às suas personagens, ao expor de forma crua e fria, os sentimentos e emoções daqueles que retrata e que são um reflexo dela própria. Tamara explica o seu êxito mediante uma pintura que, segundo ela, é atraente, concisa e terminada:
- O meu objectivo é nunca copiar, mas sim criar um estilo novo, cores claras e luminosas, desvendar a elegância dos meus modelos.
Imprimindo extravagância e sensualidade aos seus modelos, expressa um certo erotismo em grande parte da sua obra, adoptando uma espécie de «Ingrismo perverso». In Corriere Della Sera.
Cortesia de Corriere Della Sera/Galeria de Arte/JDACT