quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

A Revelação dos Templários. Lynn Picknet e Clive Prince. «O personagem central, pelo suposto, é Jesus, a quem Leonardo menciona sob o nome de Redentor em sua notas de trabalho. Está em atitude contemplativa e olha para baixo e um pouco para sua esquerda, as mãos estendidas na frente sobre a mesa…»



Cortesia de wikipedia

 
Introdução
«Leonardo da Vinci colocou em marcha a busca que levou a este livro. Nosso estudo sobre o papel do fascinante e misterioso genio do Renascimento na falsificação do Sudário de Turim desembocou em uma investigação muito mais ampla e mais comprometida sobre as heresias que haviam impulsionado em segredo suas ambições. Foi preciso averiguar no que participou, o que soube e acreditou, e porque recorreu a certos códigos e símbolos na obra que deixou para a posteridade. A Leonardo temos que agradecer os descobrimentos que se condensam neste livro. A princípio nos pareceu raro vermos submersos no mundo complicado, e em muitas ocasiões algo tenebroso, das sociedades secretas e crenças heterodoxas. Por muito que Leonardo, segundo é crença comum, tenha sido um ateu e um racionalista; porque nós descobrimos que nada está mais distante da verdade. Em qualquer caso, aos poucos deixamos para trás este personagem para nos encontramos sós diante de algumas implicações profundamente inquietantes. O que havia começado como uma modesta averiguação sobre alguns cultos interessantes, porém que de modo algum fariam tremer o mundo, se converteu em uma investigação sobre as próprias raízes e crenças originárias do mesmo Cristianismo. Em essência tem sido um recaminhar através do tempo e do espaço; primeiro, de Leonardo a época actual; logo, o retorno ao Renascimento e mais atrás contudo, passando pela Idade Média até a Palestina do século I, o cenário onde se situa as palavras e as acções de nossos três protagonistas principais: João Batista, Maria Madalena e Jesus. De passagem muitas vezes temos que nos deter para examinar os numerosos grupos e organizações secretas com um olhar todo novo e objectivo: os francomaçons, os cavaleiros templários, os cátaros, o Priorado de Sião, os essênios e o culto de Isis e Osiris.
Estes temas naturalmente se tem discutido em muitos outros livros recentes, em especial The Holy Blood and the Holy Grail, de Michael Baigent, Richard Leigh e Henry Lincoln, que desde o princípio tem sido de particular inspiração para nós. The Sign and the Seal, de Graham Hancock, The Temple and the Lodge, de Baigent e Leigh, e o último, The Hiram Key, de Christopher Knight e Robert Lomas. Continuamos em dívida com todos estes autores pela luz que eles tem lançado sobre nosso terreno comum de investigação, porém cremos que todos eles fracassaram em achar a chave essencial que vá ao coração destes mistérios.
[…] 

As Sendas da Heresia. O Código Secreto de Leonardo da Vinci
É uma das obras de arte mais famosas do mundo, e das que mais tem se apoiado. O fresco De Leonardo Última Ceia é tudo quanto resta da Igreja de Santa Maria delle Grazie, perto de Milão, pois a parede onde este fresco foi pintado foi a única que permaneceu de pé ao ser bombardeada durante a Segunda Guerra Mundial. Ainda que outros muitos artistas admirados como Ghirlandaio e Nicolas Poussin, e inclusive um pintor tão extravagante quanto Salvador Dali, tenham dado suas próprias versões de uma cena bíblica tão significativa, é a de Leonardo que, por algum motivo, mais tem cativado as imaginações. A temos encontrado reproduzida em múltiplas versões que abarcam ambos extremos do espectro de gostos, desde o sublime até o ridículo. Algumas imagens são tão familiares que nunca são bem olhadas, ainda que se ofereçam ao olhar do espectador abertas a um exame mais detido, mas em um plano mais profundo e cheio de sentido, seguindo como livros fechados. Assim ocorre com a Última Ceia de Leonardo… ainda que pareça mentira, como quase todas as outras obras dele que tem chegado até nós. Foi a obra de Leonardo (1452-1519), esse génio atormentado do Renascimento italiano, a que nos colocou na trilha que acabou por levar-nos a uns descobrimentos tão estarrecedores quanto a suas consequências, que a princípio nos parecia impossível que eles tivessem passado desapercebidos por gerações inteiras de estudiosos, o que finalmente ressaltou diante de nosso olhar surpreendido, e incrível que uma informação tão explosiva tivesse permanecido por tanto tempo esperando pacientemente ser descoberta por uns autores como nós, alheios às escolas oficiais da investigação histórica ou religiosa.
É assim que vamos seguir a história refazendo seus passos contados e voltarmos à Última Ceia para a olhamos com outros olhos. Não é o momento agora para nos situarmos no contexto conhecido dos postulados da História da arte. Queriamos vê-la como a veria um recém chegado completamente ignorante dessa imagem tão arquiconhecida. Que as escamas dos conceitos prévios caiam de nossos olhos e que olhemos a verdade, como se fosse a primeira vez em nossa vida. O personagem central, pelo suposto, é Jesus, a quem Leonardo menciona sob o nome de Redentor em sua notas de trabalho. Está em atitude contemplativa e olha para baixo e um pouco para sua esquerda, as mãos estendidas na frente sobre a mesa, como se oferecesse algo ao espectador. Como esta é a Última Ceia em que, segundo nos ensina o Novo Testamento, Jesus instituiu o sacramento do pão e vinho, no qual convida a seus seguidores que comam e bebam dizendo que são sua carne e seu sangue, seria razoável buscar algum cálice ou taça de vinho diante dele, concluindo o oferecimento. Afinal, para os cristãos, esta cena antecede imediatamente a paixão de Jesus no horto de Getsemani, onde ele reza com fervor pedindo que afaste de mim este cálice [outra alusão ao paralelismo vinho-sangue] e também a sua crucificação, na qual morreu derramando seu sangue pela redenção da humanidade. Porque não há vinho diante de Jesus, e apenas quantidades simbólicas em toda a mesa. Acaso tem razão os artistas que dizem ser um gesto vazio este das mãos abertas? Visto que apenas há vinho, talvez não seja casualidade que tampouco se tenham partido muito poucos dos pães que vemos sobre a mesa. E já que o próprio Jesus identificou o pão com seu próprio corpo que seria partido no supremo sacrifício. Está se comunicando alguma mensagem sutil quanto a verdadeira natureza dos padecimentos de Jesus?
Ele olha contemplativamente para baixo e ligeiramente a sua esquerda, as mãos abertas na mesa diante dele como se apresentando alguma dádiva ao espectador. Como nesta Última Ceia na qual assim nos diz o Novo Testamento, Jesus iniciou o sacramento do pão e do vinho urgindo que seus seguidores partilhassem deles como sua carne e sangue; pode-se razoavelmente esperar algum cálice ou taça colocado diante dele, a ser abarcado pelo seu gesto». In Lynn Picknett e Clive Prince, A Revelação dos Templários, Guardiões Secretos da Verdadeira Identidade de Cristo, Editora Planeta, 2007. 

Cortesia de Planeta/JDACT