Adeus
«Se
partes não sei.
Mas
ficas aqui.
Teu
nome escrito
no
vento,
no
verde doce dos pinheiros,
no
céu azul e quente,
no
luar prateado.
A
vida celebra teu nome.
Teu
nome...
Amor...Sonho...Saudade...
Partes.
A
vida é uma mola em hélice.
E
o eco do tempo repete teu nome...
Teu
nome...Saudade...»
Delírio
«Não
quero estar só!
Vem
comigo ver o túnel das estrelas.
Vem
ver como sorri o amanhã.
Vê
como dançam as flores
e
como bailam
as
belas borboletas de mil cores!
Olha
o sonho encantado,
o
coelho que salta do chapéu,
e
o arco-íris que com o seu manto
me
transporta desta terra ao céu!
Olha
o carrossel em debandada,
cavalos
à solta, fugindo da manada,
olha
o fogo como rói a floresta,
e
a água que, saltando, vai
com
ele dançar uma canção de festa!
E,
juntos celebram as bodas do amor!
E
olha a lua, que em corrida louca
amou
o sol com todo o seu ardor!
Corre
depressa! Corre para mim!
Não
deixes esse sonho se acabar!
Aí,
então, apagam-se as estrelas,
o
sol e a lua deixam de brilhar,
as
borboletas, coitadinhas, fogem,
o
chapéu do mágico deixa de actuar!
E
então o fogo, qual banal fogueira,
sem
se importar do carrossel que gira,
consome,
bruto, violento, cego,
o
meu belo cavalinho de madeira!»
Poemas de Maria Mar de Carvalho, in ‘Lágrimas de Ametista’
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