domingo, 2 de junho de 2013

Alma Mahler-Werfel. Gustav Mahler. 1ª Parte. «… era uma dotada pianista. Estudou composição com Alexander Zemlinsky em 1897. Por vezes é descrita como muito ambiciosa e sedenta de poder. A sua música ainda se interpreta na actualidade…»

Viena
(1879-1964) 
Cortesia de wikipedia

«Alma Mahler-Werfel, nascida com o apelido de Schindler, foi uma famosa femme fatale e musa de muitos génios da sua época, mulher do compositor Gustav Mahler, casada depois com o arquitecto Walter Gropius e com o poeta Franz Werfel. Também teve fervorosos casos de amor com os pintores Kokoschka e Klimt, e vários outros, juntando alguns dos espíritos mais criativos do século XX.

Alma cresceu num meio privilegiado, e Klimt costumava frequentar a casa dos pais de Alma, conseguindo assim roubar-lhe o primeiro beijo. O compositor Zemlinsky foi seu tutor de composição musical e o seu primeiro amante. Alma deu um passo decisivo e que causou sensação no dia em que casou com Mahler. Este dirigia na altura a Ópera Real de Viena. Contudo, o preço que Alma teve que pagar por esta relação foi alto: teve de desistir das suas próprias aspirações artísticas e de prescindir do seu sonho de vir a ser compositora.
Em 1910 Alma encontrou consolo nos braços do jovem arquitecto alemão, Gropius, que veio a ter um grande impacto na história da arquitectura moderna com o movimento Bauhaus. Os dois estavam totalmente absorvidos pelas desenfreadas noites de amor que passavam juntos. O resultado disso foi um encontro entre Mahler e Sigmund Freud, pois Mahler quis consultar Freud depois de ter tomado conhecimento da relação entre Alma e Walter Gropius. Gustav Mahler morreu pouco tempo depois em 1911.
Em 1912 Alma começou um relacionamento apaixonante com o enfant terrible da arte vienense Oskar Kokoschka. Oskar mandou fazer uma deslumbrante boneca em tamanho real, que reproduzia fielmente a sua amada até aos mais íntimos detalhes. Esta possibilitou que Kokoschka se encontrasse depois da perda do seu grande amor.
Alma casou-se mais uma vez, desta com Walter Gropius. Mesmo assim esta relação não tinha futuro. Logo depois de Alma dar à luz uma linda filha, Manon, que morreu ainda bebé, o casamento acabou em agonia e alienação. Com cinquenta anos Alma casou-se pela terceira vez com um poeta judeu, Franz Werfel, autor de romances como A Cantiga de Bernardette e Os 40 Dias da Musa Dagh. Quando a Áustria caiu nas mãos do exército alemão, os Werfels deixaram Viena (1938). Em Lisboa, Alma Mahler passou os meses mais desafiadores da sua vida. Queriam deixar a Europa e partir para os  Estados Unidos, por isso embarcaram no barco Nea Hellas.
Em 1952 Alma Mahler-Werfel retirou-se para Nova Iorque, onde passou os últimos anos da sua vida. Foi aí que expôs todos os seus troféus, que recebeu pela sua vida fora: pinturas de Kokoschka, composições de Mahler, manuscritos de Werfel e ardentes cartas de amor de Gropius.

O túmulo. Cemitério Gringinger, Viena


A música de Alma
A fama de Alma Mahler deve-se em primeiro lugar aos seus casamentos e casos amorosos com os maiores artistas da sua época, o mais notável deles Gustav Mahler, de quem conservou o apelido. Como compositora, escreveu muito pouco para poder ser considerada mais que uma figura menor. Ainda jovem, Alma era una dotada pianista; estudou composição com Alexander Zemlinsky em 1897. Por vezes é descrita como muito ambiciosa e sedenta de poder. A sua música ainda se interpreta na actualidade.

Alma, uma peça do escritor israelita Joshua Sobol com Simone de Oliveira, é a história de Alma Mahler-Werfel, 2003, no Convento dos Inglesinhos no Bairro Alto, em Lisboa. A originalidade da peça é que não é representada no palco de um teatro mas sim num edifício completo, totalmente equipado com mobiliário e adereços que são semelhantes ao local da cena de um filme. Vários episódios da vida de Alma são representados em simultâneo, em todas as salas e pisos do edifício. Cada um tem de escolher os acontecimentos, o caminho e a pessoa que deseja conhecer, construindo a própria versão de um polidrama. Convida-se os visitantes a abandonar a posição imóvel do espectador num drama convencional, e a substituí-la pelo papel activo de um viajante. Serão espectadores de uma viagem encenada.
Quando Gustav Mahler morre a meio da peça, o banquete do seu funeral pode ser interactivamente seguido pela música e os espectadores são em seguida convidados para um jantar-buffet, durante o intervalo. A produção alemã da peça para a Semana do Festival de Viena esteve em cena em Viena durante seis semanas e foi um sucesso tão estrondoso que a ideia surgiu de a levar a outra cidade e, no Verão passado, a produção foi para Veneza, onde Alma passou vinte anos da sua vida. O sucesso internacional de Alma a Venezia encorajou-nos a trazê-la a Lisboa, o lugar onde Alma teve uma curta estada em 1940, juntamente com o seu terceiro marido, o escritor judeu Franz Werfel, quando a França se rendeu ao exército alemão.
Os Werfel fugiram de Viena em 1938 para França, quando a Áustria caiu sob o exército alemão. Em 1940, os Werfel, escaparam a pé pelos acidentados Pirenéus até Espanha, saindo finalmente da Europa em direção aos Estados Unidos, a bordo do Nea Hellas, o último navio de carreira que saiu de Lisboa. Lisboa significou a salvação para eles. Não houve país que tenha ajudado mais refugiados do que Portugal naqueles dias dramáticos Na sua autobiografia Alma escreveu: Nunca esquecerei aqueles dias de paz paradisíaca num país paradisíaco, depois do tormento dos meses anteriores!
Uma parte importante desta história foi atribuída ao cônsul-geral  Aristides de Sousa Mendes, encarregado do Consulado Português em Bordéus em 1940, que passou vistos de trânsito para entrada em Portugal a um número surpreendente de cerca de 30000 refugiados, e abriu uma rota de fuga a refugiados para quem mais nada existia». In Wikipédia.



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