segunda-feira, 7 de junho de 2010

André de Gouveia: Um humanista do século XVI. Dá o nome à residência portuguesa que, há mais de 40 anos, existe na Cidade Internacional Universitária de Paris

Cortesia de books.google
André de Gouveia (Beja, 1497-1548),  foi um humanista e pedagogo português do Renascimento. Em 1529 ingressou no Colégio de Santa Bárbara em Paris, que era dirigido pelo seu tio Diogo de Gouveia, tendo sido um dos primeiros portugueses a estudarem neste colégio. Depois de ter frequentado seis anos de maitrise dès arts, fez o doutoramento em Teologia e, simultaneamente, começou a leccionar no colégio.
De 1529 a 1534, foi-lhe confiada a direcção do Colégio de Santa Bárbara, devido às múltiplas viagens que o seu tio fazia. Foi depois nomeado reitor da prestigiada Universidade de Paris, em 1533. Um ano após a sua nomeação para o cargo de reitor abandonou o Colégio de Santa Bárbara e assumiu a direcção do Colégio de Guyenne. Em 1537 foi eleito «doutor regente de toda a Universidade para ler sempre publicamente a Sagrada Escritura em nome da dita Universidade». A sua estada no Colégio de Guyenne prolongou-se até 1547.

Manteve vários contactos com intelectuais e com os negócios portugueses quando estava em França. Foi suspeito de Luteranismo. Escreveu várias obras de pedagogia e de teologia como: Schola Aquitanica (Regulamento do Colégio Guyenne, impresso em 1583) e De Quinque Universalibus (uma pequena súmula de versos latinos).
Cortesia de infibeam
Muitos desconhecem a figura de André de Gouveia, que dá o nome à residência portuguesa que, há mais de 40 anos, existe na Cidade Internacional Universitária de Paris, graças à generosidade da Fundação Calouste Gulbenkian. André de Gouveia foi um humanista do século XVI, que residiu em Paris e fez parte de uma importante geração de figuras portuguesas educadas então em vários países da Europa. Foi graduado pela Universidade de Paris, doutorou-se em Teologia, tendo chegado a director do Collège de Sainte-Barbe. Em 1533, foi eleito reitor da Universidade de Paris, tendo, mais tarde, regressado a Portugal para fundar o Colégio Real das Artes, de Coimbra.

Cortesia de duas-ou-tres coisas
O seu papel de pedagogo foi elogiado por Montaigne, que foi aluno do colégio de Guiena. Ao mestre português se refere o filósofo Francês, em Essais I, como «Le plus grand et le plus noble principal de France» isto é, O maior e mais nobre Principal de FrançaAndré de Gouveia privou com Martinho Lutero e teve uma grande importância na reforma dos estudos superiores em Portugal. É uma figura que honra Portugal em França mas de que, infelizmente, em Portugal pouco se fala.

Regressou a Portugal a convite de D. João III, acompanhado de um grupo de mestres estrangeiros, para dirigir o Colégio das Artes, em Coimbra. No entanto, permaneceria pouco tempo no cargo de reitor do colégio. Manteve vários contactos com intelectuais e com os negócios portugueses quando estava em França. Foi suspeito de Luteranismo.
Morre em Junho de 1548.

(Colégio das Artes)
Cortesia de esag.edu/In Infopédia/JDACT