(1867-1935)
Alcáçovas, Elvas
Cortesia de mulheresnomundodotrabalho
Adelaide de Jesus Damas Brazão Cabete conhecida como Adelaide Cabete foi uma das principais feministas portuguesas do século XX. Republicana convicta, foi médica obstetra, ginecologista, professora, maçon, publicista, benemérita, pacifista, abolicionista, defensora dos animais e humanista.
Foi pioneira na reivindicação dos direitos das mulheres, e durante mais de vinte anos, presidiu ao Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas, nessa qualidade reivindicou para as mulheres o direito a um mês de descanso antes do parto e em 1912 reivindicou também o direito ao voto feminino, sendo em 1933, a primeira e única mulher a votar, em Luanda, onde viveu, a Constituição Portuguesa.
Cortesia de rtp
Foi médica e professora do Instituto Feminino de Odivelas (conhecido popularmente por meninas de Odivelas e tendo em 1911 o nome de Instituto Feminino de Educação e Trabalho).
Na experiência docente caractrizava-se nas teorias pedagógicas com exemplos práticos, que apresentou em Congressos de entre estes os mais importantes foram:
- Congresso Internacional das Ocupações Domésticas (Gand em 1913);
- Congresso Internacional Feminino de Roma (1923);
- Congresso do Conselho Internacional das Mulheres (Washington em 1925);
- I e II Congressos Feministas e da Educação (1921 e 1928);
- Congressos Abolicionistas (1926 e 1929);
- Em alguns chegou mesmo a representar no estrangeiro o governo português.
Escreveu dezenas de artigos, de temática diversa, essencialmente de carácter médico–sanitário em manifestava frequentemente as suas preocupações sociais, apresentando soluções e medidas profiláticas de doenças e epidemias, publicando sobre o assunto as obras «Papel que o Estudo da Puericultura, da Higiene Feminina, etc. Deve Desempenhar no Ensino Doméstico (1913)», «Protecção à Mulher Grávida (1924)» e «A Luta Anti-Alcoólica nas Escolas (1924)».
Cortesia de republica100anos19102010
Benemérita, defendeu sempre as mulheres grávidas e pobres, as crianças e as prostitutas, era não obstante isso, radical em assuntos de decência feminina, mostrando-se contrária à importação da moda feminina, criticando as saias curtas e recomendando o uso da saia até um palmo do chão.
Humanista, aplaudiu o encerramento de tabernas e manifestou-se contra a violência nas touradas, o uso de brinquedos bélicos e outros assuntos que se revelariam temas vanguardistas para a época, temas esses que ainda mantêm a sua actualidade.
Como maçon foi iniciada no dia 1 de Março de 1907 na Loja Feminina Humanidade (n.º 276) com o nome simbólico de Louise Michel. Atingiu o grau 18º.
Cortesia de odivelas
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