Numa das visitas a uma livraria com alguns anos de existência, na linda cidade das tricanas, de portas abertas para horizontes dispersos, meus olhos levaram-me ao encontro de uma pequena publicação alusiva a acontecimentos referentes às Descobertas dos portugueses no mundo. Trata-se do Diário da Navegação de Pêro Lopes de Sousa (1530-1532).
A tentação é grande de partilhar convosco o Prefácio da mesma e cuja autoria é de A. Teixeira da Mota em 1968.
Ao terminar a terceira década do século XVI decidiu el-rei D. João III tomar medidas adequadas para enfrentar a crescente actividade de espanhóis e franceses no Atlântico Sul. Até à viagem de Solis ao rio da Prata, em 1515, pode dizer-se que os espanhóis não penetraram no Atlântico Sul, já que se limitaram a raras viagens nas proximidades do equador, pela «costa leste oeste» do continente sul-americano; é sintomático que em Espanha se desconhecesse então a localização do cabo de Santo Agostinho. (Diário da Navegação de Pêro Lopes de Sousa, 1530-1532)
Durante este período, mercê de uma hábil falsificação cartográfica - deslocando-se a costa do Brasil para leste e apresentando-a com uma orientação geral norte-sul, sem indicar a inflexão para oeste a partir do cabo Frio - conseguiram os portugueses ocultar dos espanhóis que no Atlântico Sul, em latitudes mais elevadas, havia terras que se situavam na zona que o Tratado de Tordesilhas atribuíra a Castela.
A. Teixeira da Mota/adaptação de JDACT
Imagem: Mapa de Reinel
Sem comentários:
Enviar um comentário