jdact
1862 - 1866
Visita
«Adornou
o meu quarto a for do cardo,
Perfumei-o
de almíscar recendente;
Vesti-me
com a púlpura fulgente,
Ensaiando
meus cantos, como um bardo.
Ungi
as mãos e a face com o nardo
Crescido
nos jardins do Oriente,
A receber
com pompa, dignamente.
Misteriosa
visita a quem aguardo.
Mas
que filha de reis, que anjo ou que fada
Era
essa que assim a mim descia,
Do
meu casebre à húmida pousada?
Nem
princesas, nem fadas. Era, flor,
Era
a tua lembrança que batia…
Às
portas de ouro e luz do meu amor!
In
Antero de Quental, Sonetos Completos, Publicações Europa-América, 1998, ISBN
972-104-421-0.
Cortesia de PEAmérica/JDACT
JDACT, Antero de Quental, Poesia, Açores, Cultura,