quarta-feira, 3 de abril de 2024

Poesia. Nuno Júdice. «Deuses… vós sois animais destruidores… invoco a memória de um fruto amargo, a sabedoria corrompida nos labirintos da inteligência»

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Exílio

«As planícies áridas de uma inspiração antiga deram-me a conhecer

O seguinte, que eu era um poeta único, o Anunciado, o Iluminador das tardes

Violetas do Bósforo e Antineia… e que ninguém, durante os anos

Criadores de uma imaginação múltipla, regressaria às fórmulas arcaicas

Que os medíocres ousaram, furiosos de Resto…

E eles! Devoradores de impressão, que zelo sustenta ainda

Os seus corpos? Antes os influenciasse Saturno, o criador de Obscuridade

Divina… ou ouvissem os horóscopos pronunciados nas margens

Tempestuosas do sul… ou ainda voltassem a um lugar abrigado

A elucidar as profecias e comentários de um povo áugure… mas eles

Não ouviram, nunca, asmatemáticas polares do sonho!...»

[…]

In Nuno Júdice, 50 Anos de Poesia, Antologia Pessoal (1972-2022), Publicações Dom Quixote, 2022, ISBN 978-972-207-457-5.

Cortesia de PdomQuixote/JDACT

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