Com a devida vénia ao Dr. José Maria Rodrigues (3.1761-06184643-2), Coimbra, 1910
Volta de Ceuta
«(…)
Como
já fica dicto, esta egloga foi dirigida a dona Francisca de Aragão. Na egloga
5.ª, escripta na mesma occasião, e bem assim no soneto 190, allude também
Camões á projectada epopea. Em Ceuta ainda não pensava nella, como se infere da
epistola 1.ª, est. 23-35, e se vê do soneto 267, manifestamente contemporâneo
desta epistola, e dirigido pelo poeta a um seu admirador, que também fazia
versos:
Se
a fortuna inquieta e mal olhada,
que
a justa lei do ceu comsigo infama,
a
vida quieta, que ella mais desama,
me
concedêra, honesta e repousada.
Pudera
ser que a Musa, alevantada
com
luz de mais ardente e viva flamma,
fizera
ao Tejo, lá na pátria cama,
adormecer
ao som da lyra amada.
Porém,
pois o destino trabalhoso,
que
me escurece a Musa fraca e lassa,
louvor
de tanto preço não sustenta,
a
vossa, de louvar-me pouco escassa,
outro
sogeito busque valeroso,
tal
qual em vós ao mundo se apresenta.
Forçado
a desistir dos seus altos pensamentos,
não tendo podido conseguir que a menina
dos olhos verdes tornasse a olhar para elle, ferido no coração e no amor
próprio, o poeta viu-se, com vergonha sua, fabula
da gente, começou a servir de assumpto á maledicência». In Dr José Maria Rodrigues, Camões e a
Infanta D. Maria, Separata do Instituto, Imprensa da Universidade de Coimbra,
Coimbra, 1910, há memória do Mal-Aventurado Príncipe Real Luís Philippe (3 1761
06184643.2), PQ 9214 R64 1910 C1
Robarts/.
Cortesia do AHistórico/UCoimbra/JDACT
Camões, Didácticas, Infanta D. Maria, JDACT, Dr José Maria Rodrigues, Universidade de Coimbra, 500 Anos de Camões,