Foto de Jorge Reis
Cortesia de pontoblo
A fortaleza de Ouguela, no Alentejo, ergue-se na antiga vila de Ouguela, hoje parte da freguesia de São João Baptista do concelho de Campo Maior. Erguida sobre uma escarpa, o castelo domina a vila, na margem esquerda da ribeira de Abrilongo, próximo à sua confluência com o rio Xévora, vizinho à raia com a Espanha. Reconstruído por D. Dinis, recebeu linhas abaluartadas do reinado de D. João IV. De seus muros observa-se a fortificação espanhola de Alburquerque.
Em 28 de Maio de 1255, os homens-bons do concelho de Badajoz doaram Ouguela e outras localidades ao Cabido e ao Bispo de Badajoz. Pelo Tratado de Alcanices (12 de Setembro de 1297) os domínios de Ouguela e seu castelo passaram a pertencer à Coroa de Portugal. Já no ano seguinte, D. Dinis, visando o seu povoamento e defesa, outorga-lhe Carta de Foral com muitos privilégios (Lisboa, 5 de Janeiro de 1298), determinando a reedificação das suas defesas.
Fotos de Jorge Reis
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No reinado de D. Fernando inicia-se a construção da nova cerca da vila, trabalhos que prosseguem sob o reinado de D. João I. Este último, também visando o seu povoamento e defesa, concedeu à vila o privilégio de couto de homiziados (http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/4024.pdf ), 7 de Dezembro de 1420).
Em 1475, à época da batalha de Toro, confrontaram-se nas suas vizinhanças o alcaide-mor de Ouguela, João da Silva, e o alcaide-mor da vila espanhola fronteira de Albuquerque, João Fernandes Galindo. Ambos vieram a perecer devido aos ferimentos recebidos: o espanhol imediatamente, tendo o português sobrevivido ainda vinte e oito dias. Em 1551, Diogo da Silva, neto do alcaide-mor de Ouguela, mandou colocar uma cruz no local do combate, actualmente no Museu de Elvas.
Sob o reinado de D. Manuel I, a vila e seu castelo encontram-se figurados por Duarte de Armas (Livro das Fortalezas, c. 1509). O soberano concedeu-lhe Foral Novo (Lisboa, 1 de Junho de 1512).
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«Apesar das recentes investigações arqueológicas, são ainda discutidas as origens do castelo de Ouguela, nomeadamente quanto à possibilidade de aqui se ter fixado um povoado proto-histórico, posteriormente romanizado e ainda depois transformado em fortaleza islâmica. As referidas escavações incidiram sobre momentos mais recentes da história da localidade, permanecendo por desvendar os primeiros capítulos civilizacionais do aglomerado que deu origem à actual Ouguela.
No século XIII, depois da passagem do território para a esfera cristã, o povoado fez parte do reino de Leão e Castela durante mais de meio século, até ser definitivamente integrado na coroa portuguesa em 1297, no âmbito do Tratado de Alcanices. Logo no ano seguinte, D. Dinis concedeu foral a Ouguela, mas só mais de cem anos depois é que a vila deixou de pertencer ao bispado de Badajoz.
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O essencial do castelo data dessa viragem para o século XIV, se bem que existam vestígios de reformas posteriores, em particular a verificada no reinado de D. João I, monarca que transformou Ouguela num couto de homiziados. Nos inícios do século XVI, Duarte d'Armas deixou-nos o desenho da fortaleza tardo-medieval, defendida por sete torres quadrangulares, entre as quais a de menagem, adossada à cerca pelo lado ocidental.
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Depois de 1640, na guerra que Portugal sustentou contra Espanha com vista à sua independência, a vila foi dotada de um sistema defensivo abaluartado, que inevitavelmente corrompeu parte do dispositivo medieval. Sob o comando de Nicolau de Langres, a nova fortaleza incluiu numerosos baluartes e revelins, um fosso, caminhos de ronda, dependências de aquartelamento e uma ampla cisterna quadrangular (com 12 metros de lado), recentemente intervencionada, localizada na praça de armas da vila». In PAF, IGESPAR.
Cortesia de IGESPAR/wikipedia/JDACT