sexta-feira, 4 de março de 2011

Há dias assim... : Entre-os-Rios. «Porque embora a Dor aflita calasse há muito seus ais, ainda, fundo, palpita uma outra Dor que não grita: A Dor do que não dói mais»

4 de Março, Entre-os-Rios
Cortesia de joeant

Experiência de Vida
Durante os tempos vividos
Com dias bons, maus e normais
Só aprendemos a ser filhos
Depois de sermos Pais

Depois de tantos trabalhos e ais
Com desgostos e sarilhos
Passando alguns anos a ser pais
Aprende-se então a ser filhos

Chegando a meia idade
Filho fostes e Pai serás
Aprendestes com a verdade
Mas já não voltas atrás

Sempre em frente com amizade
Teremos netos como outros mais
E certo na realidade
Que já aprenderamos a ser Pais

Os ditados antigos são certos
Quando são ditos com sinceridade
Aprendemos a ser netos
Quando chegamos à Terceira Idade

Quando os netos chamam Avós
Pela oferta de alguns mimos
Diziam os antigos antes de nós
Depois de velhos passamos a meninos,

Como um príncipe sendo
Vive um solteirão
Mais tarde, vai morrendo
Como se fosse um cão.
«Arrais» Vicente Francisco


Dor
Passa-se um dia e outro dia
À espera que passe a Dor,
E a Dor não passa, e porfia,
Porque trás dia, outro dia
Que traz Dor inda maior;

Porque embora a Dor aflita
Calasse há muito seus ais,
Ainda, fundo, palpita
Uma outra Dor que não grita:
A Dor do que não dói mais.
Francisco Bugalho
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