(1506-1555)
Abrantes
Cortesia de wikipédia
D. Luís de Portugal foi filho de D. Manuel I e da infanta espanhola Maria de Aragão, 5.º duque de Beja, Condestável do Reino e prior da Ordem Militar de S. João de Jerusalém, com sede portuguesa no Crato. Afirmou ter casado em segredo com Violante Gomes tendo um filho, D. António, Prior do Crato, o que garante a Legitimidade de D. António, que não é socialmente aceite, e que mais tarde viria a ser aclamado rei de Portugal e lutado contra o domínio Filipino.
Do Infante D. Luís, diz-se que só faltou ser rei, dadas as suas qualidades.
Soneto à música
Do número nasce a proporção;
da proporção se segue a consonância;
a consonância causa deleitação;
a nenhum sentido apraz a dissonância.
Unidade, igualdade e semelhança
são princípios do contentamento.
Em todos os sentidos o exprimento;
a alma em unidade glória alcança.
Em todas cantidades a igualdade
é perfeição remota ou mais chegada,
seguindo a natural autoridade.
E assi está nas qualidades assentada,
da mesma maneira, a semelhança,
dina de ser sentida e contemplada.
Infante D. Luís (1506-1555)
Cortesia de wikipédia
Soneto (Cancioneiro de Fernandes Tomás)
Mal que de tempo em tempo vai crescendo,
quemde algum bem te visse acompanhado
desta vida passara descansado,
a morte, confiado, não temendo.
Se os vãos desejos fosse convertendo
em sospiros que vem de outro cuidado,
oh, quão prudente e bem afortunado!,
que capela de louro iria tecendo!
Tempo é de trastornar os fundamentos
passados co'a esperança que passou:
triunfem já os novos pensamentos,
e a fe que n'alma viva me ficou
dê fim aos mundanos sentimentos
em que o viver passado a condenou.
Infante D. Luís (1506-1555)
HALP 19/2001
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