domingo, 22 de agosto de 2010

Diogo do Couto: Foi um historiador português. Além das «Décadas», escreveu também o célebre Diálogo do Soldado Prático, que contém uma critica mordaz ao funcionalismo na Índia. Os escritos são marcados por uma visão mais realista da Hstória, em tom vivo e pitoresco

(1542-1616)
Lisboa
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Diogo do Couto foi um historiador português. Estudou Latim e Retórica no Colégio de Santo Antão e Filosofia no Convento de Benfica. Em 1559 vai para a Índia, donde só regressaria uma década depois. Amigo íntimo de Luís Vaz de Camões, vai descobri-lo na Ilha de Moçambique em 1569, com dívidas e sem dinheiro para voltar. Diogo do Couto e outros amigos disponibilizam-se para ajudar o poeta, que deste modo poderá apresentar na capital a sua maior obra, os Lusíadas.
Chegam a Lisboa em Abril de 1570 na nau Santa Clara: «Em Cascais, as naus fundeadas esperavam que Diogo do Couto voltasse de Almeirim, onde fora solicitar de el-rei a sua entrada no Tejo, porque Lisboa estava fechada com a peste. Logo que a ordem veio, Santa Clara entrou a barra». In Oliveira Martins.
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No entanto voltou de novo ao Oriente, tendo recebido do Rei Filipe I a missão de prosseguir as «Décadas» de João de Barros. Escreveu as que vão da IV à XII, mas só publicou completas a IV, V e VII e um resumo da VIII e IX porque a VI ardeu na casa de imprensa, a VIII e IX foram roubadas. A XI perdeu-a.
Este historiador criticou os abusos, a corrupção e as violências correntes na Índia, protestando abertamente contra eles. Além das «Décadas», de orações congratulatórias e comemorativas que proferiu em solenidades no Oriente, e do relato do naufrágio da Nau S. Tomé, escrito na História trágico-marítima, escreveu também o célebre Diálogo do Soldado Prático, que contém uma critica mordaz ao funcionalismo na Índia, pondo a descoberto a ambição da riqueza, o amor ao luxo, a opressão aos pobres, a falta de dignidade e a deslealdade nas informações ao Rei.
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Historiador de renome, Diogo do Couto ficou conhecido pelas obras que escreveu, sempre críticas da realidade que encontrou. Mas a «Ásia», do historiador João de Barros, obra sobre a história universal, que Diogo do Couto foi encarregue de continuar, também o notabiliza pela verdade sem restrições, pelo tom vivo e pitoresco, pela acutilância brutal. «Um escritor muito interessante», disse o historiador José Sarmento Matos.
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Depois de dez anos consecutivos na Índia, regressou à terra natal em 1569, mas apenas por dois anos. Na paragem em Moçambique, encontrou o amigo de longa data, Luís Vaz de Camões. Diz Diogo do Couto nas «Décadas VIII»:
  • Em Portugal morreo este excellente poeta em pura pobreza.
A contrastar com a narração épica de João de Barros, os escritos de Diogo do Couto são marcados por uma visão mais realista da história, em tom vivo e pitoresco. Para além destas obras, escreveu orações congratulatórias e comemorativas e um relato do naufrágio da nau S. Tomé, incluído na «História Trágico-Marítima».
Morreu em Goa em 1616.
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