quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Emídio Guerreiro: Elegeu a dignidade humana como o ideal que sempre norteou a sua vida. «Como não pode haver dignidade se não houver liberdade, naturalmente que eu lutei pela liberdade. Lutei contra todos os regimes prepotentes, lutei contra todas as ditaduras»

(1899-2005)
Guimarães
Cortesia de wikipédia
Emídio Guerreiro foi um professor e dirigente político português. Nasceu no seio de uma família republicana. Muito cedo aderiu aos ideais da República, tendo combatido, como voluntário, na Primeira Guerra Mundial. Licenciou-se na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.


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Após o golpe militar de 1926, junta-se aos opositores da imposição da ditadura. Em 1928, no Porto, funda a loja maçónica A Comuna. Em 1932 é preso por escrever um texto contra o presidente Óscar Carmona, evadindo-se um ano depois.

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Esteve no exílio durante mais de quarenta anos, primeiro em Espanha onde, com a Guerra Civil Espanhola, serviu nas forças republicanas, e depois em França, passando à clandestinidade com a invasão nazi da Segunda Guerra Mundial e juntando-se à resistência. Quando a Guerra termina fica a leccionar Matemática em Paris.

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Na capital da França funda, em 1967, a Liga de Unidade e Acção Revolucionária (LUAR), como força de oposição ao regime do Estado Novo. Regressa a Portugal depois da Revolução de 25 de Abril e adere, ainda em 1974, ao Partido Popular Democrático. Foi secretário-geral do PPD-PSD em 1975, liderando-o durante um período em que Francisco Sá Carneiro, por motivos de doença, se deslocara ao estrangeiro. Afastou-se daquele partido em 1975. Posteriormente filiou-se no Partido Renovador Democrático e veio a aproximar-se, no final da sua vida, do Partido Socialista.

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Entrevistado pelo jornal Expresso, por ocasião do seu centenário em 1999, elegeu a dignidade humana como o ideal que sempre norteou a sua vida. «Como não pode haver dignidade se não houver liberdade, naturalmente que eu lutei pela liberdade. Lutei contra todos os regimes prepotentes, lutei contra todas as ditaduras», foram as suas declarações.

«Cidadão do Mundo, bateu-se pelos ideais da liberdade e da democracia em Portugal, em Espanha e em França. Mas nunca esqueceu a terra que o viu nascer, esta “bela cidade de Guimarães em que a minha meninice foi passada”, como lembrou no centenário do seu nascimento. A vida do Professor Emídio Guerreiro, testemunha actuante num mundo em convulsão, atravessado por guerras, catástrofes, revoluções e contra-revoluções, mas também pelos mais exaltantes progressos da ciência, é um exemplo de coerência, de inconformismo e de dignidade para as gerações do presente e do futuro». In Sociedade Martins Sarmento.
Morre aos 105 anos de idade na sua terra natal.

Cortesia de wikipédia/JDACT