quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Maria Manuel Cid: A Poetisa da Chamusca. A Querida «Mimela» de voz terna e afável. Quando morrer rosas brancas para mim ninguém as corte, se não as tive na vida, para que as quero na morte?

Cortesia de AntónioRibeiroTeles

A última faena
Toca o sentido nas almas
O cornetim das corridas,
E no silêncio das palmas
Há muitas rosas caídas...

Foi Manuel, o toureiro,
Na festa da despedida,
Que num gesto derradeiro
Corta a coleta da vida...

Sopra do monte, ao bravio,
Uma rajada d'amor,
As duas margens do rio
Comungam na mesma dor.

E na terra mais toureira
Onde o toureiro se tornou,
A faena derradeira
Foi aos ombros que acabou...

Talvez o céu se desculpe
Num quadro de "Rafael":
A Virgem de Guadalupe
Chorando... por Manuel...
Maria Manuel Cid, in Poemas, ao toureiro Manuel dos Santos

JDACT