terça-feira, 10 de agosto de 2010

Romeu Correia: Destacou-se como ficcionista e dramaturgo. As suas obras são marcadas por uma forte ligação às fontes da literatura oral popular, decorrem frequentemente em ambientes como os do circo, das feiras, do teatro de fantoches ou outros grupos marginais à sociedade

(1917-1996)
Cacilhas
Cortesia de portugalweb
Romeu Henrique Correia foi escritor e dramaturgo autodidacta, colaborou em várias publicações, de que se destacam o Suplemento Cultural de O Comércio do Porto, Vértice e Sílex. Recebeu, entre outros, o Prémio 25 de Abril atribuído pela Associação de Críticos Teatrais em 1984.

Destacou-se como ficcionista e dramaturgo, inserindo-se inicialmente na corrente Neo-realista. As suas obras, marcadas por uma forte ligação às fontes da literatura oral popular, decorrem frequentemente em ambientes como os do circo, das feiras, do teatro de fantoches ou outros grupos marginais à sociedade. A estas características aliam-se, porém, técnicas dramáticas do teatro de vanguarda. Foi, nos últimos anos da sua vida, o dramaturgo mais representado por grupos amadores de teatro em Portugal.
Paralelamente à carreira de escritor, Romeu Correia foi Atleta de alta competição em Atletismo e Campeão Nacional de Boxe amador.


Cortesia de bibliotecaimaginaria
Romeu Correia não se deixou apanhar pela ignorância e também não consente que ela, impunemente, abafe os outros. Tem o verbo fácil, é um dinamizador. Intervém, mobiliza e começa a liderar o movimento associativo de Almada. Ainda durante a II Guerra Mundial, em 1943, com um grupo de jovens antifascistas funda a Biblioteca Popular da Academia Almadense e reorganiza a da Incrível Almadense. Numa e noutra colectividade promove recitais e conferências. Em 1947 publica o seu primeiro livro Sábado sem Sol, contos. Encaminha o lucro das vendas, não para o seu bolso, mas para as tesourarias da Academia e da Incrível.
 
Cortesia de odivelas-lisboa
«Generosidade, preocupação com o próximo, intervenção social, a luta contra a exploração e a tirania... O reflexo literário dessa atitude será sempre o neo-realismo! Será sempre? Os dogmáticos garantem que sim. Mas em 1962, com a peça O Vagabundo das Mãos de Oiro, Romeu Correia ousa mostrar que diferente pode ser o reflexo...
Lufada varre o palco, sopra a ingenuidade e o encanto dos «romances de cordel». Na feira, Mestre Albino arma a barraca. É ele o vagabundo criador dos fantoches de trapos e serradura. O seu boneco mais conseguido é Hortense. E não é que, só para seduzir e perturbar os humanos, de repente Hortense acorda, anima-se e toma vida própria?
Romeu acaba de entrar na antecâmara de um “realismo fantástico à portuguesa”. Pena que não tenha tempo, ou apetência, para esquadrinhar todas as possibilidades do reino cuja porta acabou de abrir...». In Fernando Correia da Silva
 
Cortesia de frenesilivros
A sua biografia pode ser encontrada nos mais completos e importantes dicionários de autores do Mundo como:
  • The International Authors and Writers Who's Who (Cambridge-Inglaterra);
  • Who's who in the World (Chicago- Estados Unidos da América);
  • Who's Who in Europe (Amesterdão - Holanda);
  • Dictionary of International Biography (Cambridge - Inglaterra).
De entre as suas Obras
  • Sábado sem Sol (contos, 1947);
  • Trapo Azul (romance, 1948);
  • Calamento (romance, 1950);
  • Gandaia (romance, 1952);
  • Casaco de Fogo (teatro, 1953);
  • Desporto-Rei (romance, 1955);
  • Céu da minha rua (Isaura) (teatro, 1955);
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  • Cravo Espanhol (1970);
  • Roberta (1971);
  • Francisco Stromp (biografia, 1973);
  • José Bento Pessoa (biografia, 1974);
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  • O Tritão (romance, 1982);
  • Grito no Outono (teatro, 1982);
  • O Andarilho das 7 Partidas (teatro, 1983);
  • O 23 de Julho (narrativa, 1986);
  • Portugueses na V Olimpíada (ensaio, 1988);
  • Cais do Ginjal (novela, 1989);
  • Palmatória (1995).
Cortesia de romeuj.wordpress

Cortesia de wikipédia/Fernando C. Silva/JDACT