Cortesia de Reuters
O director dos Serviços Meteorológicos russos, Alexandre Frolov, declarou que o país nunca conheceu uma onda de calor tão intenso durante os mil anos da sua história.
«Desde o momento da formação do nosso país, ou seja, num período de mil anos, nada de semelhante aconteceu do ponto de vista do calor. Nem nós, nem os nossos antepassados fixámos tal coisa», disse em conferência de imprensa. «Trata-se de um fenómeno absolutamente único, não há nada igual nos arquivos das observações», frisou.
Frolov sublinhou que este fenómeno não confirma, nem desmente a hipótese do «aquecimento global». «Se nos próximos 30 anos a situação se repetir, então estaremos perante o aquecimento global», acrescentou.
«O Ministério para Situações de Emergência russo informou que continuam activos 557 focos de incêndios numa área de 174 mil hectares. Nalgumas regiões, os bombeiros conseguiram estabilizar a situação e o número de novos incêndios é inferior aos anteriormente igniciados: 239 e 247 respectivamente. No verão de 2010, a Rússia registou 26 mil fogos florestais numa área de 750 mil hectares. No combate às chamas participam mais de 160 mil bombeiros, apoiados por 26 meios técnicos, incluindo 42 aviões e helicópteros. Países como a Ucrânia, Cazaquistão, Arménia, Azerbaijão, Polónia, França e Alemanha enviaram homens, aviões e helicópteros para ajudar no combate às chamas». In Jornal de Notícias.
Cortesia de Reuters
A taxa de mortalidade verificada nos últimos dias é o dobro da que seria de esperar em condições normais. Por dia, morrem cerca de 700 pessoas. Os números do departamento de saúde provocaram o desagrado do Governo. E Moscovo vai continuar muito quente. De acordo com Andrei Seltsovski, chefe do departamento de saúde do município de Moscovo, actualmente na capital russa morrem cerca de 700 pessoas por dia, enquanto que, de acordo com os valores médios, este número deveria andar entre os 360 e os 380. Seltsovski não precisou as causas deste aumento de mortalidade.
A ministra da Saúde, Tatiana Golikova, reagiu às declarações de Seltsovski e exigiu esclarecimentos sobre os dados apresentados à Imprensa. Segundo o Ministério da Saúde a mortalidade em Moscovo “baixou nove por cento”. Dados não oficiais obtidos pela Imprensa russa, através de sondagens nos hospitais e nas morgues, apontam para um aumentos ainda mais sensíveis da mortalidade: o número de mortos triplicou, no contexto actual. As causas apontadas são a actual onda de calor e o estado do ar, onde as concentrações de monóxido de carbono e de poeiras se encontram duas a três vezes acima dos valores máximos aceitáveis.
As vítimas são, sobretudo, pessoas com problemas cardiovasculares e respiratórios. Alguns médicos publicaram nos seus blogues que tinham sido instruídos para não escrever diagnósticos relacionados com a situação ecológica de Moscovo. Por seu lado, os serviços médicos de urgência receberam na passada sexta-feira mais de dez mil chamadas, o que constitui cerca do dobro das que recebeu em igual período do ano passado.
O director do Instituto de Meteorologia «Roshidromet», Alexandre Frolov, afirmou que se espera uma significativa descida de temperatura só a partir do próximo dia 20. Ontem, em Moscovo a temperatura rondava os 38 graus Celsius e, segundo Frolov, «uma descida de três a cinco graus não é uma grande modificação». O chefe do «Roshidromet» considera que a actual onda de calor é uma anomalia sem precedentes. «Em mil anos não houve nada do género». Do ponto de vista do calor, nem nós, nem os nossos antepassados, nunca observámos nada do género, declarou Alexandre Frolov. In Eduardo Guedes, Correspondente em Moscovo.
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