segunda-feira, 29 de março de 2010

Joly Braga Santos: Um «inventor» de música

Joly Braga Santos (1924-1988), nasceu em Lisboa e foi um compositor de música erudita e maestro português. Durante a sua vida, que terminou quando estava no máximo da sua criatividade, escreveu seis sinfonias. Desde «tenra» idade se interessou pela música, nomeadamente ao tocar violino. Estudou violino e composição no Conservatório de Lisboa, onde foi aluno de Luís de Freitas Branco. Provando ser o seu aluno mais talentoso, Joly herdou do mais «proeminente compositor da altura» a paleta de cores das suas orquestrações.
Para a sua formação musical muito contribuiu o maestro Pedro de Freitas Branco, dando a conhecer a obra de Braga Santos em todo o mundo. O próprio compositor lembra: «Ele ajudou-me de uma forma espantosa e abriu caminho à formação que mais tarde eu viria a ter.»

Durante a sua juventude procurou inspiração na tradição portuguesa, especialmente na obra do seu mestre Luís de Freitas Branco. O antigo folclore português e o polifonismo renascentista está bem presente no seu primeiro período, durante o qual compõe as suas primeiras quatro sinfonias. Estas obras foram compostas entre os 22 e os 27 anos de idade. Mas antes de completar os seus 20 anos, o compositor transpôs para música textos de Antero de Quental, Fernando Pessoa e Luís de Camões, que voltaria a ser fonte de inspiração da sua 6ª Sinfonia.
O contacto com a Europa acontece com a sua ida para Itália, onde foi bolseiro para musicologia, composição musical e direcção de orquestra.
No seu regresso a Portugal, Joly tornou-se uma figura de destaque na direcção de orquestra e durante um longo período de tempo deixou de lado a composição. Foi um período «sabático».
A sua maior criação, a Quinta Sinfonia foi composta em 1965, o seu último trabalho orquestral, pois a Sexta Sinfonia foi composta para coro e soprano.

A música de Joly Braga Santos pode ser vista como uma fusão dos vários estilos Europeus, particularmente da Europa Ocidental. Mas é o próprio quem diz: «Desde sempre entendi que tinha de criar o meu próprio estilo e a minha música devia ser o resultado dessa criação.»
A melodia era a razão de ser da música.
A UNESCO elegeu Joly Braga Santos como um dos 10 melhores compositores da música contemporânea.

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