O acelerador de partículas do CERN, em Genebra, conseguiu hoje realizar a maior experiência de colisão de partículas alguma vez realizada, recriando os primeiros momentos do Universo após o Big Bang. O maior acelerador de partículas do mundo estabeleceu hoje um novo recorde para colisões de alta energia, chegando a 7 tera electron volts (TEV).
O Large Hadron Collider (LHC) conseguiu colidir dois feixes de protões a uma velocidade três vezes maior que o recorde anterior. Um projecto de 10 mil milhões de dólares, o LHC realiza as colisões de feixes de protões como parte de uma ambiciosa experiência que visa revelar pormenores sobre micropartículas e microforças teóricas.
A sua forma é circular, com um perímetro de 27 km. Ao contrário dos demais aceleradores de partículas, a colisão será entre protões e não entre positrões e electrões (como no LEP), entre protões e antiprotões (como no Tevatrão) ou entre electrões e protões (como no HERA).
Possui um túnel a 100 metros debaixo da terra na fronteira da França com a Suíça, onde os protões serão acelerados no anel de colisão que tem cerca de 8,6 km de diâmetro.
Amplificadores serão usados para fornecer ondas de rádio que são projetadas dentro de estruturas repercussivas conhecidas como cavidades de freqüência de rádio.Os detectores de partículas ATLAS, ALICE, CMS e LHCb, que monitorizam os resultados das colisões, possuem mais ou menos o tamanho de prédios de cinco andares e 12.500 toneladas.
Um evento simulado no detector de CMS, com o aparecimento do Bóson de Higgs. Um dos principais objetivos do LHC é tentar explicar a origem da massa das partículas elementares e encontrar outras dimensões do espaço, entre outras coisas.
A ideia é que esses testes ajudem a lançar luz sobre as origens do universo, além de responder a importantes questões da Física. As colisões representam uma nova era na ciência para os pesquisadores que trabalham no LHC, que fica na fronteira entre a Suíça e a França e faz parte do Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (CERN). «É o início de uma nova era», considerou a cientista Paola Catapano, porta-voz do CERN - Centro Europeu de Investigação Nuclear.O LHC foi lançado com pompa a 10 de Setembro de 2008, mas apresentou problemas nove dias depois. As reparações e as melhorias custaram 40 milhões de dólares, até que o aparelho voltou a operar, no fim de Novembro.
Porém, as colisões causaram receio nalgumas pessoas, que temiam riscos para o planeta devido à criação de pequenos buracos negros - versões subatómicas de estrelas que entram em colapso gravitacional -, cuja gravidade é tão forte que eles podem sugar planetas e outras estrelas.
O CERN e muitos cientistas rejeitam qualquer ameaça à Terra ou às pessoas, afirmando que esses buracos negros seriam tão fracos que se dissipariam quase logo após serem criados, sem causar problemas.
Diário Digital/lhc-machine-outreach/cumuloinfo/JDACT
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