quinta-feira, 6 de maio de 2010

Almada Negreiros: Um dos principais colaboradores da Revista Orpheu

(1893-1970)
Cortesia de catedral
José Sobral de Almada Negreiros foi um artista multidisciplinar, pintor, escritor, poeta, ensaísta, dramaturgo e romancista português ligado ao grupo modernista e um dos principais colaboradores da Revista Orpheu. Parte da sua infância foi passada na ilha de São Tomé e Príncipe, terra natal de sua  mãe, Elvira Freire Sobral Bristot. Em 1911, Almada Negreiros, entra para a Escola Internacional de Lisboa onde irá desenvolver o seu trabalho, publicando, ainda nesse ano, o seu primeiro desenho na revista A Sátira. Publica também o jornal manuscrito A Paródia, onde é o único redactor e ilustrador. Em 1913, apresenta, na Escola Internacional de Lisboa, a sua primeira exposição individual, composta de 90 desenhos.Nesta Escola trava conhecimento com Fernando Pessoa, com quem edita a Revista Orpheu, juntamente com Mário de Sá Carneiro. A propósito desta revista, há uma troca de palavras com Júlio Dantas, (médico, poeta, jornalista e dramaturgo) ao afirmar que a revista é feita por gente sem juízo. Irónico, mordaz, provocador mesmo, Almada responde com o Manifesto Anti-Dantas (declamado por Mário Viegas) onde escreve: «…uma geração que consente deixar-se representar por um Dantas é uma geração que nunca o foi. É um coio d’indigentes, d’indignos e de cegos, e só pode parir abaixo de zero! Abaixo a geração! Morra o Dantas, morra! Pim!».  Recebeu o Prémio Columbano pela sua tela intitulada Mulher.

O manifesto teve algum impacto no meio artístico; é tempo de mudar as mentalidades e a sociedade, e Almada fá-lo como poucos, atacando a cultura burguesa instituída e os seus representantes ao mais alto nível. Em 1927, volta a deixar Portugal, desta vez para Espanha, onde, além de colaborar com diversas revistas, escreve El Uno, Tragédia de la Unidad, obra dedicada à pintora Sarah Afonso.

A partir daqui, Almada dedica-se principalmente ao desenho e à pintura. Pinta os vitrais da Igreja de Nossa Senhora de Fátima, que o público, agarrado às tradições, não aprecia, o conhecido retrato de Fernando Pessoa (1954), os painéis das gares marítimas de Alcântara e da Rocha Conde de Óbidos, pelas quais recebe o Prémio Domingos Sequeira, pinta o Edifício da Águas Livres e frescos na Escola Patrício Prazeres, pinta as fachadas dos edifícios da Cidade Universitária e faz tapeçarias para o Tribunal de Contas e para o Palácio da Justiça de Aveiro, entre muitas outras obras de arte.
Os seus últimos trabalhos, já com 75 anos, são o Painel Começar na Fundação Calouste Gulbenkian e os frescos da Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra. Pinta também o seu célebre quadro «as mulheres amam-se».
Almada Negreiros morre aos 77 anos de idade, de falha cardíaca, no mesmo quarto do Hospital  em que também tinha morrido Fernando Pessoa.


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wikipédia/JDACT
(Manifesto Anti-Dantas)

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