Cortesia CMMarvão
O Castelo de Marvão, no Alentejo, localiza-se na vila e Freguesia de Santa Maria de Marvão, Concelho de Marvão, Distrito de Portalegre. O castelo inscreve-se hoje no Parque Natural da Serra de São Mamede, onde se ergue na vertente norte da serra, em posição dominante sobre a vila e estratégica sobre a linha da fronteira, controlando, no passado, a passagem do rio Sever, afluente do rio Tejo. Esse facto garantiu-lhe a atenção de diversos monarcas, expressa em diversas campanhas de remodelação, que deram ao monumento o seu aspecto actual.
No contexto da conquista de Alcácer do Sal, D. Afonso Henriques terá tomado a povoação aos mouros entre 1160 e 1166. Quando da demarcação do termo de Castelo Branco (1214), Marvão já se incluía em terras portuguesas. D. Sancho II concedeu-lhe Carta de Foral (1226), visando manter esta sentinela avançada do território povoada e defendida diante das repetidas incursões oriundas de Castela à época.
D. Afonso III doou os domínios de Marvão aos cavaleiros da Ordem de Malta (1271), posteriormente outorgados a seu filho, Afonso Sanches, juntamente com os senhorios de Arronches, Castelo de Vide e Portalegre. Por esta razão, ao se iniciar o reinado de D. Dinis, a vila e o seu castelo viram-se envolvidos na disputa entre o soberano e o infante D. Afonso, vindo a ser conquistados pelas forças do soberano em 1299. No encerramento da questão, os domínios de Marvão, Portalegre e Arronches foram trocados pelos de Sintra e de Ourém, permanecendo os primeiros na posse do soberano. Este confirmou a Marvão o foral de 1226 e empreendeu-lhe obras de ampliação e reforço das defesas, destacando-se a construção da torre de menagem, iniciada no ano de 1300.
No reinado de D. Fernando, foi estabelecido em Marvão o couto de homiziados (1378). Após o seu falecimento, ao eclodir a crise de 1383-1385, a vila e seu castelo posicionaram-se pelo partido do Mestre de Avis. O novo soberano e os seus sucessores concederam diversos privilégios à vila (1407, 1436 e 1497) com o mesmo fim de incrementar o seu povoamento e defesa. Nessa fase, foram procedidos também reforços nas muralhas, o que é constatado pela presença de cubelos datando dos séculos XV e XVI.
Quando da Restauração da Independência portuguesa, no contexto da guerra que se seguiu, as defesas de Marvão foram remodeladas, adaptadas aos avanços da artilharia da época. A primeira fase dessas obras desenvolveu-se entre 1640 e 1662 quando o abade D. João Dama empreendeu a reconstrução de um troço da muralha e barbacãs que se encontravam em ruínas, providenciou reparo nas portas do castelo e outros consertos necessários à conservação e defesa da vila. Ainda em obras, sofreu assalto por forças espanholas (1641 e 1648), batendo-se activamente com a praça vizinha de Valencia de Alcântara, até à conquista desta pelas forças de D. António Luís de Meneses (1644). Um relato de Nicolau de Langres, à época, informa que a guarnição de infantaria e de cavalaria portuguesa nesta fortificação eram oriundos de Castelo de Vide, contando Marvão com cerca de 400 habitantes.
Ao iniciar-se o século XVIII, a fortaleza de Marvão foi conquistada pelo exército espanhol (1704), para ser retomada em seguida pelas tropas portuguesas sob o comando do conde de São João (1705). Um novo assalto espanhol à vila se repetiria décadas mais tarde, em 1772. No século XIX, abrindo-se a Guerra Peninsular, foi ocupada por tropas francesas, libertando-se em 1808. Posteriormente, quando das Guerras Liberais, no episódio conhecido como Guerra da Patuleia, foi ocupada pelas forças liberais (12 de Dezembro de 1833), vindo a sofrer o assédio das tropas miguelistas no ano seguinte (1834).
O castelo encontra-se classificado como Monumento Nacional, por Decreto publicado em 4 de Julho de 1922.
A intervenção do poder público, por iniciativa da Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN), iniciou-se em 1938, na forma de reparações, renovações, reconstruções, desinfestações, limpeza e pintura, repetindo-se até aos nossos dias. Desde então, com o apoio da Liga dos Amigos do Castelo de Marvão e da Câmara Municipal, este património vem sendo mantido em bom estado de conservação. Ao visitante são oferecidas visitas guiadas ao núcleo arqueológico de armaria nas dependências do castelo.
O Castelo de Marvão ergue-se sobre uma crista quartzítica, na cota de 850 metros acima do nível do mar, encerrando em seus muros a vila medieval. Os seus muros, reforçados por torres, distribuem-se em linhas defensivas concêntricas:
a linha interna, reforçada por duas torres e um cubelo, dominada pela Torre de Menagem, de planta quadrada, que lhe é adossada; • a linha intermediária, coroada por ameias e reforçada por torres maciças;
a linha externa, constituída pela barbacã, de onde parte a cerca da que envolve o monte e compreende a vila. A adaptação dessa defesa no final do século XVII, converteu o castelo na cidadela da fortaleza abaluartada, com canhoneiras nos eirados, permitindo o tiro rasante.
Cortesia da CMMarvão
O Castelo de Marvão foi conhecido como Ninho de Águias, devido a essa espécie que outrora nidificava no seu topo. Na época da Inquisição, assim como Castelo de Vide, Marvão foi utilizada como um lugar de refúgio pelos judeus espanhóis, os chamados sefarditas.
Como complemento, um texto da Associação Portuguesa dos Amigos dos Castelos:
«A cidadela organiza-se numa faixa estreita, na plataforma rochosa, com cerca de 200 x 30 m. Incluía alcáçova e terreiro exterior, interligados, rodeado por cerca que poderá ter sido habitada ou simples local de refúgios e populações de haveres. A localização da torre de menagem, no ângulo sul do recinto Noroeste dá a ideia de que o recinto teve duas fases. A noroeste deste recinto está a Porta da Traição, que dá acesso a uma barbacã e dai ao exterior; a sudeste deste recinto abre-se outra porta. A cisterna está implantada num local onde pode ter existido um fosso, que separava o castelo da vila. A vila tem cerca de 5000 x 150 m com uma inclinação de NO para SE com uma pendente média de 10 por cento, na faixa sudeste. A cerca urbana apresenta um traçado grosso modo trapezoidal e encontramos duas portas (Porta de Ródão a Norte e a Porta da Vila a Este) e um postigo (Postigo do Sol a Sudeste), protegidas por torreões, cubelos e por plataformas abaluartadas. Todo o conjunto é rodeado em três frentes por escarpas tornando o acesso muito difícil. As muralhas são perpendiculares ao solo, de alvenaria de pedra disposta à fiada ligadas com argamassa de cal e com silhares de granito como cunhais. Marvão sofreu algumas obras de adaptação à artilharia moderna durante a Guerra da Restauração, adossando aos muros obras exteriores, plataformas de tiro abaluartadas nas duas portas, Baluarte da Porta do Ródão e Baluarte da Porta da Vila, e nos extremos noroeste e sudeste do perímetro fortificado. Já no século XVIII e XIX a documentação existente aponta grandes modificações na fortificação de Marvão, com significativas alterações nos Baluartes da rua nova que se passam a designar por Tenalha do Castelos. Foram ainda edificadas pequenos recintos fortificados junto das entradas dos recintos da estrutura medieval. Também os Baluartes da Porta do Ródão, da Porta da Vila e o Fortim do Torrejão sofrem alterações que conferem a Marvão o aspecto que hoje tem».
NOTA:
Como complemento, um texto da Associação Portuguesa dos Amigos dos Castelos:
«A cidadela organiza-se numa faixa estreita, na plataforma rochosa, com cerca de 200 x 30 m. Incluía alcáçova e terreiro exterior, interligados, rodeado por cerca que poderá ter sido habitada ou simples local de refúgios e populações de haveres. A localização da torre de menagem, no ângulo sul do recinto Noroeste dá a ideia de que o recinto teve duas fases. A noroeste deste recinto está a Porta da Traição, que dá acesso a uma barbacã e dai ao exterior; a sudeste deste recinto abre-se outra porta. A cisterna está implantada num local onde pode ter existido um fosso, que separava o castelo da vila. A vila tem cerca de 5000 x 150 m com uma inclinação de NO para SE com uma pendente média de 10 por cento, na faixa sudeste. A cerca urbana apresenta um traçado grosso modo trapezoidal e encontramos duas portas (Porta de Ródão a Norte e a Porta da Vila a Este) e um postigo (Postigo do Sol a Sudeste), protegidas por torreões, cubelos e por plataformas abaluartadas. Todo o conjunto é rodeado em três frentes por escarpas tornando o acesso muito difícil. As muralhas são perpendiculares ao solo, de alvenaria de pedra disposta à fiada ligadas com argamassa de cal e com silhares de granito como cunhais. Marvão sofreu algumas obras de adaptação à artilharia moderna durante a Guerra da Restauração, adossando aos muros obras exteriores, plataformas de tiro abaluartadas nas duas portas, Baluarte da Porta do Ródão e Baluarte da Porta da Vila, e nos extremos noroeste e sudeste do perímetro fortificado. Já no século XVIII e XIX a documentação existente aponta grandes modificações na fortificação de Marvão, com significativas alterações nos Baluartes da rua nova que se passam a designar por Tenalha do Castelos. Foram ainda edificadas pequenos recintos fortificados junto das entradas dos recintos da estrutura medieval. Também os Baluartes da Porta do Ródão, da Porta da Vila e o Fortim do Torrejão sofrem alterações que conferem a Marvão o aspecto que hoje tem».
NOTA:
Duarte D'Armas não apresentou no seu Livro das Fortalezas qualquer desenho ou planta.
História de Portugal/wikipédia/JDACT
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