segunda-feira, 3 de maio de 2010

Senhor Jesus dos Aflitos (Fortios): Peregrinação do dia 2 de Maio

 Ermida do Senhor dos Aflitos - Fortios

«Este domingo, o primeiro do mês de Maio (dia 2)  ficou marcado pela peregrinação ao Santuário do Senhor dos Aflitos. Uma tradição que reúne todos os anos centenas de pessoas, e este ano com mais peregrinos do que o habitual». In Rádio Portalegre.
Situado na freguesia de Fortios, concelho de Portalegre está o Santuário do Senhor Jesus dos Aflitos que, desde os meados do século XVIII, se afirmou como o principal centro de devoção e de peregrinação desta região.
A ermida que é anterior a 1720, foi restaurada em 1870 e possui um interessante conjunto de 52 ex-votos.
Anualmente são celebradas as festividades do Senhor Jesus dos Aflitos com a participação sempre numerosa de peregrinos vindos de todo o país.

Segundo o P. Bonifácio Bernardo, «...certo homem foi ali assassinado. Em sua memória foi lá colocada uma simples cruz, sem imagem, que foi roubada. Em sua substituição, D, Mariana  de Valadares manda colocar lá outra cruz, na qual foi pintada a imagem do Senhor crucificado; esta cruz foi primeiramente guardada num nicho; surgiram devotos que, pela oração e pela fé, foram beneficiados na doença o uno perigo, e a devoção divulgou-se rapidamente em toda a região». In Senhor Jesus dos Aflitos - Origens - 1713-1845, Ed Colibri, pág 22.
Há um poema de José Régio alusivo a esta peregrinação, que se realiza no primeiro domingo de Maio:
Tenho ao cimo da escada, de maneira
Que logo, entrando, os olhos me dão nela,
Uma Nossa Senhora de madeira
Arrancada a um Calvário de Capela.

Põe as mãos com fervor e angústia. O manto
Cobre-lhe a testa, os ombros, cai composto;
E uma expressão de febre e de espanto
Quase lhe afeia o fino rosto.

Mãe das Dores, seus olhos enevoados
Olham, chorosos, fixos, muito além...
E eu, ao passar, detenho os passos apressados,
Peço-lhe: A sua benção Mãe!

Sim, fazemo-nos boa companhia,
E não me assusta a sua dor: quase me apraz.
O Filho dessa Mãe nunca mais morre. Aleluia.
Só isso bastaria a me dar paz.

- Porque choras, Mulher?- docemente a repreendo.
Mas à minh'alma, então, chega de longe a sua voz
Que eu bem entendo: Não é por Ele...
Eu sei! Teus filhos somos nós.
José Régio

Rádio Portalegre/Peregrinação a pé/JDACT

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