quarta-feira, 7 de julho de 2010

Coimbra e a Rainha Santa: Um programa religioso e de animação, idealizado de e para a cidade, visitantes nacionais e estrangeiros. Festas de Coimbra e da Rainha Santa Isabel 2010, uma acção abrangente e dinâmica. A Padroeira. A Medianeira da Paz

Cortesia de turismocoimbra
As Festas de Coimbra e da Rainha Santa Isabel 2010 estão de volta. Promovido pela segunda vez pela Turismo de Coimbra, E.M., o evento, a decorrer até ao dia 11 de Julho. A edição de 2010 «aposta» na diversidade de conteúdos, nos espaços e no público em geral.
Foi pensada uma programação onde se conjugam culto e lazer, religião e cultura, rua e património, solidariedade e evasão. Um programa religioso e de animação, idealizado de e para a cidade, visitantes nacionais e estrangeiros. Procissões, espectáculos, animação de rua, arraiais populares, folclore, etnografia, artesanato, exposições, ópera, fado, bridge, vela, desporto automóvel, entre tantas outras iniciativas, dentro e fora de portas, fazem das Festas de Coimbra e da Rainha Santa Isabel 2010 uma acção abrangente e dinâmica, resultado de uma multiplicidade de projectos e da cooperação de vários agentes e instituições da oferta cultural da cidade.
O grande objectivo é fazer reflectir a diversidade cultural de Coimbra, mostrando uma cidade mais partilhada e mais vivida.
Cortesia de turismocoimbra
A Rainha Santa é uma figura emblemática e carismática para os conimbricenses, tal como o Santo António para os lisboetas ou o São João para os portuenses.
A imagem da Rainha sai em procissão desde o Convento de Santa Clara, atravessa o Mondego e a Baixa, até chegar à Igreja da Graça na Rua da Sofia. A procissão realiza-se pela noite, com prolongada paragem na Ponte de Santa Clara para saudar a homenageada, nomeadamente com pétalas de rosa e fogo-de-artifício.
«É mesmo emocionante quando a imagem da Rainha Santa chega à portagem, apagam-se as luzes da cidade, com milhares de pessoas a assistirem, e sub um silêncio incrível se começa a ouvir a saudação, os cânticos e por fim o fogo de artificio».
Cortesia de turismocoimbra
Um pouco de História.
Isabel de Aragão nasce em Saragoça no ano de 1270.
O casamento por procuração com El-Rei D. Dinis iniciou-se em 1281, com a vinda a Portugal dos procuradores de Isabel e com a ida em 1288 a Barcelona dos procuradores do rei D. Dinis. A entrada em Portugal inicia-se em Bragança e a cerimónia nupcial ocorre em dia de S. João (24 de Junho) de 1288, na vila de Trancoso. A Rainha foi cativando o coração do povo português pelos actos de extrema bondade praticados em favor dos humildes, dos doentes, dos abandonados, das crianças, dos que tinham fome. As obras que patrocinou foram inúmeras e contam-se de norte a sul do País: hospitais, asilos, leprosarias, casas de assistência aos desvalidos, hospícios, casas de recolhimento. Muitos mosteiros e igrejas foram igualmente construídos graças à sua generosa contribuição. Distribuía o que tinha de seu, visitava os doentes, servia os pobres, velava pelas crianças abandonadas, amparava as filhas de gente humilde, às quais dava dote quando casavam, mandava sepultar os mortos cristã e dignamente, pagava as dívidas de quem não tinha possibilidades de o fazer, vestia os nus, redimia os presos ou aqueles que andavam transviados, lavava as feridas dos leprosos com as próprias mãos.
Por altura das grandes fomes que assolaram o País devido à infecundidade das terras, mandou vir de longe, despendendo somas elevadas, o trigo que oferecia aos necessitados. Conta-se que terá vendido parte das suas jóias para fazer face à fome do povo.
«Medianeira da Paz» foi o título que lhe valeu a sua intervenção, feita de bondade, tenacidade, esforço e inteligência, em prol da concórdia e da tolerância. Graças à sua intercessão foi possível por diversas vezes encontrar uma solução que não a das armas. Destacam-se as intervenções de mediadora na discórdia entre D. Dinis e o seu meio-irmão, o Infante D. Afonso. Nos anos de 1319 e 1324, intervém para pôr fim aos incidentes do marido com o filho D. Afonso.
Cortesia de turismocoimbra
Após a morte de D. Dinis, em 1325, e antes de fixar residência no paço anexo ao Mosteiro de Santa Clara de Coimbra, a rainha efectuou uma peregrinação a Santiago de Compostela, misturada entre os humildes, comendo do pão que lhe ofereciam e ajudando a transportar as crianças ao colo. Segundo a tradição, Dona Isabel oferece ao Apóstolo Santiago alfaias litúrgicas, jóias e paramentos religiosos, recebendo das mãos do arcebispo compostelano o bordão de peregrina, em forma de tau, que se encontra à guarda da Confraria da Rainha Santa Isabel.
Viúva, recolhe-se ao convento de Santa Clara-a-velha, em Coimbra, vestindo o hábito de Clarissa, mas não fez votos, de modo a poder continuar a usufruir dos seus bens que lhe permitiam exercer a caridade.
Em Junho de 1336, com 66 anos, ao ter conhecimento da desavença entre seu filho D. Afonso IV, o Bravo, rei de Portugal, e seu neto, Afonso XI, rei de Castela, segue em direcção ao Alentejo, para tentar pôr fim às hostilidades entre ambos. Devido à fatigante caminhada e ao excessivo calor, a rainha chega exausta e adoece. Acaba por falecer a 4 de Julho de 1336, sem ter conseguido levar a bom termo a sua missão pacificadora. Embora gozasse, desde sempre, de fama de santidade, a consagração dá-se com a beatificação, a 15 de Abril de 1516, por Leão X. Em 21 de Janeiro de 1556 o papa Paulo IV estende o seu culto a todo o País.
Cortesia de turismocoimbra
A 26 de Março de 1612, ao abrir-se o túmulo, verificou-se que o seu corpo se encontrava incorrupto. Em Maio de 1625 é canonizada solenemente pelo papa Urbano VIII, que a considera «uma das mais perfeitas mulheres da Idade Média». Nesse mesmo ano (14 de Outubro) o rei Filipe III declara-a «Padroeira de Portugal».
As inundações das águas do Mondego foram tornando impossível a vida religiosa no mosteiro, cuja primeira pedra tinha sido lançada em 28 de Abril de 1286. El-rei D. João IV manda construir em 1649 o Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, localizado cerca de um quilómetro acima do primeiro, no Monte da Esperança, um dos pontos mais altos da cidade de Coimbra. A sua construção iniciou-se a 3 de Julho de 1649 sob plano riscado pelo engenheiro-mor do reino e professor da Universidade, Frei João Torriano.
Em 29 de Outubro de 1677, fez-se uma grande procissão a partir do convento velho, para trasladação da Rainha Santa e mudança das freiras para o convento novo. A igreja, construída pelo arquitecto régio Mateus do Couto, ficou pronta em 1679 e foi sagrada a 26 de Junho de 1696. Após a sua canonização ser oficializada pela Igreja de Roma, os restos mortais da Rainha Santa foram trasladados do antigo para o novo túmulo. O novo túmulo em prata e cristal foi mandado fazer pelo Bispo-Conde de Coimbra, D. Afonso de Castelo Branco. O túmulo de prata da Rainha Santa foi colocado no altar mor a 3 de Julho de 1696.
Hoje, o monumento funerário encontra-se próximo do retábulo-mor da nova Igreja de Santa Clara de Coimbra, na companhia da venerada imagem da Rainha Santa, oferta da Rainha D. Amélia encomendada a Teixeira Lopes, que a executou em 1896.
Cortesia de turismocoimbra
A sua obra material e espiritual é tamanha que desde então até ao presente mereceu admiração, carinho, veneração e honra do povo de Coimbra ao tomá-la e venerá-la como sua padroeira, ao povo de Alvor que a designou como padroeira da sua Misericórdia. Daí ser objecto de veneração permanente junto dos seus restos mortais no mosteiro de Santa Clara-a-Nova, em Coimbra.
Cortesia de turismocoimbra
No ano da sua beatificação (1516) são instituídas por D. Manuel I as Festas em Louvor da Rainha Santa Isabel que se realizam em Coimbra.
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Cortesia de Turismo de Coimbra/JDACT