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O Selo Postal é um veículo de enorme poder cultural e pedagógico, um factor de diálogo e convívio entre os homens, as organizações e até os países. Produzido aos milhões, chega ao contacto de um incontável número de pessoas de todas as classes sociais, de todos os países, sendo por isso um excelente meio de divulgação.
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Até ao aparecimento dos selos, o sistema usado pelos nossos Correios era o das «Cartas» cujo porte, inscrito por meio de carimbos ou à mão, era pago (em dinheiro) pelos destinatários em função do peso, e a partir de Março de 1801, também da distância. As «Cartas» colocadas nas caixas do correio recebiam nos Serviços um «carimbo nominal» que indicava o Correio expedidor e a «marca de porte» também denominada «selo fixo» ou seja a taxa a pagar pelos destinatários.
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O sistema de portes pagos pelos destinatários tinha muitos inconvenientes. Por um lado, devido ao facto das tarifas serem cada vez mais caras, as pessoas que se correspondiam combinavam verdadeiros «truques» de tal modo que, com um simples relance pelo «envelope», ficavam a conhecer o conteúdo da mensagem pelo que recusavam a carta negando-se a pagar o porte. Por outro lado, os carteiros de bolsos cheios de moedas resultantes da cobrança das tarifas não resistiam, por vezes, à tentação do roubo ou eram vítimas dos salteadores de estradas. O inglês Rowland Hill apercebendo-se das fraudes praticadas que poderiam comprometer os recursos da Coroa, propôs a sua grande Reforma publicando, em 1837, uma brochura intitulada «A Reforma dos Correios: sua importância e vantagens».
Pelo sistema dos «selos» (pequenos pedaços de papel indicando a importância do porte e recoberto no verso com uma camada de goma que, humedecida, permitia fixá-los nas costas das cartas) seria, futuramente, o remetente quem pagaria o porte.
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Após complicadas e difíceis discussões, a Câmara dos Comuns votou, em Agosto de 1839, o «Penny Postage Act» que previa a tarifa uniforme de «Um Penny». Estava criado o Selo Postal.
O primeiro selo a circular no mundo foi, assim, o «penny black» que representava a efígie da soberana reinante, Rainha Vitória, impressa a preto sobre fundo branco.
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Em Portugal, passados treze anos após a emissão do primeiro selo adesivo, o Governo do Duque de Saldanha decidiu-se propor à Rainha D. Maria II a assinatura do famoso Decreto de 27 de Outubro de 1852, que mandava entrar em vigor, a partir de 1 de Julho de 1853, o novo sistema. Os primeiros selos portugueses têm como motivo a efígie da Rainha D. Maria II que era a Soberana reinante, tendo sido inspirado no projecto do já referido «penny black». In «Princípios Básicos da Filatelia», Eurico Carlos Esteves Lage Cardoso
Cortesia dos CTT/Eurico Carlos Cardoso/JDACT