quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

D. Francisco Manuel de Melo: A nível literário é uma figura da cultura aristocrática peninsular do seu tempo. Versou sobre assuntos historiográficos, moralistas, políticos e militares

(1608-1666)
Lisboa
Cortesia de forumdefesa

D. Francisco Manuel de Melo, foi um escritor multifacetado, sendo considerado uma das personalidades portuguesas mais proeminentes do século XVII.

«De ascendência nobre, a sua formação realizou-se até aos 10 anos na corte, onde adquiriu as bases do respeitante à sua elevada posição social. Depois, os Jesuítas transmitiram-lhe não só uma alargada erudição classicista e um pouco de hebraico, como também o prepararam nos estudos matemáticos em que era particularmente bom. Antes de se tornar membro da Ordem de Cristo, serviu durante 5 anos as armadas espanholas.
Alternou este serviço com o recrutamento militar e a frequência da corte madrilena, tornando-se conhecido de Quevedo e de outras figuras literárias. Mais tarde, comandou as tropas portuguesas na Guerra dos Trinta Anos e combateu contra os Holandeses (1639). No ano seguinte ajudou a reprimir a revolta da Catalunha.


Cortesia de wikipedia 
Após um curto período de prisão por razões políticas, tomou partido a favor de D. João IV e, em 1641, dirigiu-se para Londres. Nesta cidade foi incumbido, como general da armada, de trazer uma frota da Holanda para Portugal. Seguiram-se algumas tarefas de menor importância e, em 1644, foi novamente encarcerado.
Foi durante o tempo de clausura que redigiu a maioria das suas obras e ao mesmo tempo lutou pela libertação. Em 1655 foi degredado para o Brasil. Passados 3 anos regressou à pátria e em 1660 animava a Academia dos Generosos. Seguiu-se o início da carreira diplomática, que lhe permitiu viajar pela Europa. Pouco antes da sua morte, com 57 anos, foi ainda deputado da Junta dos Três Estados.

A nível literário é uma figura considerável da cultura aristocrática peninsular do seu tempo.


Cortesia de wikipedia 
O seu trabalho bilingue comporta comédias, novelas, versos líricos e, pensa-se, algumas sátiras que se terão perdido. Versou sobre assuntos historiográficos, moralistas, políticos e militares.
No apólogo Hospital das Letras fez a primeira revisão crítica geral de autores literários antigos e modernos em português. Projectou uma Biblioteca Lusitana de Autores e também um Parnaso Poético Português.

De entre as obras que deixou merecem referência Epanáforas de Vária História Portuguesa (1651, como historiador), a farsa Auto do Fidalgo Aprendiz (provavelmente escrita antes de 1646 mas publicada somente em 1676, como dramaturgo), Obras Morales (1664, publicadas durante a sua missão como diplomata em Roma), Obras Métricas (1665, onde reuniu a sua poesia) e a famosa Carta de Guia de Casados (prosa)». In Infopédia Porto Editora, http://www.infopedia.pt/$d.-francisco-manuel-de-melo.

Bibliografia:
Aula Política, Cúria Militar;
Epístola Declamatória, Política Militar (1638);
Historia de los movimientos y separación de Cataluña (1645);
Obras Morales (1664; inclui El Mayor Pequeño, ed. 1647 e El Fenis de Africa, ed. 1648-49);
Obras Métricas (1665; inclui Doze sonetos, 1628; Las tres Musas del Melodino, 1649 e Pantheon, 1650);
Carta de Guia de Casados (1651);
Epanáforas de Vária História Portuguesa (1660);
Cartas familiares (1664);
Auto do Fidalgo Aprendiz (1676);
Apólogos Dialogais (1721);
Tratado da Ciência Cabala (1724);
Feira de Anexins (1875);
Tácito Português (1940);
D. Teodósio II (1944)

http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/7662.pdf
http://alfarrabio.di.uminho.pt/vercial/dfmelo.htm

Cortesia de Infipédia/JDACT