segunda-feira, 17 de maio de 2021

Laurence Gardner. A Linhagem do Santo Graal. «De modo geral, já se reconhece que os capítulos iniciais do Antigo Testamento não representam o começo da história do mundo, como parecem sugerir. Mais precisamente, eles contam a história de uma família…»

Cortesia de wikipedia e jdact

Ídolos pagãos do cristianismo

«(…) A nova era da construção de impérios começava com uma luta indigna por domínio territorial. O Reich alemão foi fundado em 1871, com a amálgama de estados até então separados. Outros estados se juntaram para formar o Império Austro-Húngaro. O Império Russo expandiu-se consideravelmente e, na década de 1890, o Império Britânico já ocupava nada menos que um quinto de toda a massa territorial do globo. Aqueles eram os dias dos resolutos missionários cristãos, muitos dos quais enviados da Inglaterra da rainha Vitória. Com a estrutura religiosa gravemente ferida em casa, a Igreja procurava uma justificativa no exterior. Os missionários viviam particularmente ocupados na Índia e na África, onde as pessoas já tinham as próprias crenças e nunca tinham ouvido falar de Adão. Mais importante, porém: nunca tinham ouvido falar de Charles Darwin! Na Inglaterra, um novo estrato intermediário na sociedade emergira dos empregadores da Revolução Industrial. Essa próspera classe média deixou a verdadeira aristocracia e a classe governamental muito longe do alcance do povo, efectivamente criando uma estrutura de classes, um sistema de divisões no qual todos tinham seu lugar designado. Os chefes e comandantes se refestelavam em empreendimentos arcádicos, enquanto os mercadores oportunistas competiam por espaço em meio ao consumo exacerbado. Os homens da classe trabalhadora aceitavam seu estado servil, com hinos de aliança, um sonho de Esperança e Glória, e um retrato da sua sacerdotisa tribal, Britannia, acima da lareira. Os estudiosos da história sabiam que não tardaria até que os impérios começassem a mirar uns aos outros, e previam o dia em que os poderes concorrentes se digladiariam em feroz oposição. O conflito começou quando a França se empenhou em recuperar a Alsácia-Lorena da ocupação alemã, enquanto as duas guerreavam pelas reservas de ferro e carvão do território. A Rússia e o Império Austro-Húngaro se enfrentavam em luta pelo domínio das Bálcãs e havia disputas resultantes de ambições colonialistas na África e noutros lugares. O pavio foi aceso em Junho de 1914, quando um nacionalista sérvio assassinou o arquiduque Fernando, herdeiro do trono austríaco. Nesse ponto, a Europa explodiu numa grande guerra, fortemente instigada pela Alemanha. As hostilidades foram dirigidas contra a Sérvia, Rússia, França e Bélgica, e a contra[1]ofensiva era liderada pela Inglaterra. A luta durou mais de quatro anos, chegando ao fim com uma revolta na Alemanha, quando o imperador (Kaiser) Guilherme II fugiu do país.

(…)

Na verdade, é imperativo conhecermos a origem histórica e o ambiente de Jesus para compreendermos os factos de seu casamento e sua paternidade. À medida que avançarmos, muitos leitores estarão pisando em solo totalmente novo, mas que já existia antes de ser acarpetado e escondido por aqueles cuja motivação era suprimir a verdade para reter o controle. Só quando removermos a carpete do disfarce estratégico, teremos sucesso na nossa busca pelo Santo Graal.

Linhagem dos Reis

De modo geral, já se reconhece que os capítulos iniciais do Antigo Testamento não representam o começo da história do mundo, como parecem sugerir. Mais precisamente, eles contam a história de uma família que se tornou uma raça compreendendo várias tribos, uma raça que se tornou à nação hebraica. Se Adão foi o primeiro de uma espécie, então ele deve ter sido o progenitor dos hebreus e das tribos de Israel. De facto, como descreve o livro, ele foi o primeiro de uma linhagem predestinada de governantes sacerdotais. Dois dos mais intrigantes personagens do Antigo Testamento são José e Moisés. Cada um teve um papel importante na formação da nação hebraica e ambos têm identidades históricas que podem ser examinadas independentemente da Bíblia. Em Génesis 41: lemos como José se tornou Governador do Egipto: disse o faraó a José: administrarás a minha casa, e à tua palavra obedecerá todo o meu povo; somente no trono eu serei maior que tu... Desse modo, fê-lo governar sobre toda a terra do Egipto. Referente a Moisés, em Êxodo 11:3, descobrimos também que: Moisés era muito famoso na terra do Egipto, aos olhos dos oficiais do faraó e aos olhos do povo. Entretanto, a despeito do status e de toda a proeminência, nem José nem Moisés aparecem em qualquer registo egípcio sob os seus nomes bíblicos. Os anais de Ramsés II (c.1304-1237 a.C.) especificam que o povo semita se assentou na terra de Gósen, explicando que também para lá se dirigiram os semitas vindo de Canaã, em busca de alimento. Mas porque os escrivães de Ramsés mencionariam esse povoado do delta do Nilo em Gósen? De acordo com a cronologia padrão da Bíblia, os hebreus foram para o Egipto uns três séculos antes da época de Ramsés e fizeram o seu êxodo por volta de 1491 a.C., muito antes que ele chegasse ao trono. Assim, diante desse registo em primeira mão, vemos que a cronologia padrão da Bíblia está incorrecta». In Laurence Gardner, A Linhagem do Santo Graal, 1996, 2001, Editor Madras, ISBN 978-857-374-882-6.

Cortesia de EMadras/JDACT

JDACT, Laurence Gardner, Literatura, Religião,