domingo, 31 de outubro de 2021

Poesia. Fado. No 31. «Vou cantando amargurado vou d'um fado a outro fado que fale d'um fado meu meu destino assim cantado…»

 

jdact

Fado Triste

«Ando na vida à procura
D'uma noite menos escura
E que traga luar do céu
D'uma noite menos fria
Em que não sinta agonia
D'um dia a mais que morreu

D'uma noite menos fria
Em que não sinta agonia
D'um dia a mais que morreu

Vou cantando amargurado
Vou d'um fado a outro fado
Que fale d'um fado meu
Meu destino assim cantado
Jamais pode ser mudado
Porque do fado sou eu

Meu destino assim cantado
Jamais pode ser mudado
Porque do fado sou eu

Ser fadista é triste sorte
Que nos faz pensar na morte
E em tudo o que em nós morreu

E andar na vida à procura
D'uma noite menos escura
Que traga luar do céu

E andar na vida à procura
D'uma noite menos escura
Que traga luar do céu

Ando na vida à procura
D'uma noite menos escura
Que traga luar do céu
D'uma noite menos fria
Em que não sinta agonia
D'um dia a mais que morreu»

Poema de Alfredo Marceneiro, in Fado

Sei de um rio

«Sei de um rio
Em que as únicas estrelas
Nele sempre debruçadas
São as luzes da cidade

Sei de um rio
Sei de um rio
Rio onde a própria mentira
Tem o sabor da verdade
Sei de um rio

Meu amor, dá-me os teus lábios!
Dá-me os lábios desse rio
Que nasceu na minha sede!
Mas o sonho continua

E a minha boca até quando?
Ao separar-se da tua
Vai repetindo e lembrando
Sei de um rio
Sei de um rio

Meu amor, dá-me os teus lábios!
Dá-me os lábios desse rio
Que nasceu na minha sede
Mas o sonho continua
E a minha boca até quando?
Ao separar-se da tua
Vai repetindo e lembrando
Sei de um rio
Sei de um rio

Sei de um rio
Ai!
Até quando?»

Poema de Alain Oulman

Cortesia de wikipedia/JDACT

JDACT, Fado, Poesia, Alain Oulman, Alfredo Marceneiro,