sexta-feira, 11 de novembro de 2022

O Símbolo Perdido. Dan Brown. «No nível subatómico, Katherine tinha mostrado que as próprias partículas existiam e deixavam de existir com base apenas na sua intenção de observá-las. Em certo sentido, o seu desejo de ver uma partícula...»

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«(…) Experiências conduzidas em instalações como o Instituto de Ciências Noéticas (ICN) da Califórnia e o Laboratório de Pesquisas de Anomalias da Engenharia (LPAE) de Princeton haviam provado categoricamente que o pensamento humano, quando adequadamente direccionado, tem a capacidade de afectar e modificar a massa física. Essas experiências não eram truques de salão do tipo entortar colheres, mas sim investigações altamente controladas que produziam todas o mesmo resultado extraordinário: nossos pensamentos de facto interagem com o mundo físico, quer saibamos disso ou não, dando origem a mudanças que abrangem até o domínio subatómico.

A mente domina a matéria.

Em 2001, nas horas que se seguiram aos terríveis acontecimentos do 11 de Setembro, o campo da ciência noética deu um salto quântico. Quatro cientistas descobriram que, à medida que o mundo amedrontado se unia e se concentrava numa consternação colectiva em torno dessa tragédia específica, as leituras de 37 Geradores de Eventos Aleatórios diferentes espalhados pelo mundo de repente se tornaram significativamente menos aleatórias. De alguma forma, a unicidade dessa experiência compartilhada, a união de milhões de mentes, havia afectado a função de aleatoriedade dessas máquinas, organizando suas leituras e criando ordem a partir do caos. Essa descoberta chocante parecia estar relacionada à antiga crença espiritual numa consciência cósmica, uma vasta união de intenções humanas que, na verdade, teria a capacidade de interagir com a matéria física. Recentemente, estudos sobre meditação e prece colectivas produziram resultados similares em Geradores de Eventos Aleatórios, contribuindo para a afirmação de que a consciência humana, como a descrevia a autora especializada em noética Lynne McTaggart, é uma substância externa aos limites do corpo..., uma energia altamente ordenada capaz de modificar o mundo físico. Katherine ficara fascinada pelo livro de McTaggart, A Experiência da Intenção, e por seu estudo global feito pela internet, theintentionexperiment.com, que tinha por objectivo descobrir como a intenção humana é capaz de afectar o mundo. Alguns outros textos progressistas também haviam despertado o interesse de Katherine.

A partir dessa base, a pesquisa de Katherine Solomon dera um salto adiante, provando que o pensamento direcionado pode afectar literalmente qualquer coisa, a velocidade de crescimento das plantas, a direcção em que os peixes nadam dentro de um aquário, a forma como as células se dividem numa placa de Petri, a sincronização de sistemas automatizados separadamente e as reacções químicas do corpo de uma pessoa. Até mesmo a estrutura cristalina de um sólido em formação se torna mutável graças à mente; Katherine havia criado cristais de gelo lindamente simétricos enviando pensamentos amorosos na direção de um copo d’água enquanto este congelava. Incrivelmente, o inverso também é verdadeiro: quando ela enviava pensamentos negativos e perniciosos na direção da água, os cristais de gelo congelavam em formas caóticas, fracturadas.

O pensamento humano pode literalmente transformar o mundo físico.

À medida que os experimentos de Katherine iam ficando mais ousados, os resultados se tornavam mais espantosos. Seu trabalho naquele laboratório havia provado sem qualquer sombra de dúvida que a expressão a mente domina a matéria não é apenas um manta de autoajuda da Nova Era. A mente é capaz de alterar o estado da matéria em si e, mais importante, possui o poder de incentivar o mundo físico a mover-se numa direção específica.

Nós somos os mestres de nosso próprio universo.

No nível subatómico, Katherine tinha mostrado que as próprias partículas existiam e deixavam de existir com base apenas na sua intenção de observá-las. Em certo sentido, o seu desejo de ver uma partícula..., materializava essa partícula. Heisenberg já havia sugerido essa realidade décadas antes, e agora ela se tornava um princípio fundamental da ciência noética. Nas palavras de Lynne McTaggart: A consciência viva é, de certa forma, a influência que transforma a possibilidade de algo em algo real. O ingrediente mais essencial para a criação de nosso universo é a consciência que o observa. No entanto, o aspecto mais surpreendente do trabalho de Katherine tinha sido a descoberta de que a capacidade da mente de afectar o mundo físico pode ser aumentada por meio da prática. A intenção é uma habilidade adquirida. Como na meditação, controlar o verdadeiro poder do pensamento exige treinamento. Mais importante ainda..., algumas pessoas nascem com mais aptidão para fazer isso do que outras. E, ao longo da história, alguns poucos indivíduos se tornaram verdadeiros mestres». In Dan Brown, O Símbolo Perdido, 2009, Bertrand Editora, 2009, ISBN 978-972-252-014-0.

Cortesia de BertrandE/JDACT

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