«(…) As duas mulheres passaram vários minutos conversando sobre o trabalho de Trish com meta-sistemas, falando sobre sua experiência de analisar, criar modelos e prever o fluxo de imensos campos de dados. É claro que o seu livro é avançado demais para mim, disse Trish, mas eu entendi o suficiente para ver uma intersepção com meu trabalho sobre meta-sistemas. Diz no seu blog que os modelos de meta-sistemas podem transformar o estudo da noética? Com certeza. Eu acredito que os meta-sistemas poderiam transformar a noética numa ciência de verdade. Ciência de verdade? – O tom de Katherine ficou um pouco mais duro. Ao contrário de...?
Ai, me…,
que fora!
Hã... o que eu quis dizer foi que
a noética é mais... esotérica. Katherine deu uma risada. Relaxe, estou
brincando. Ouço isso o tempo todo. Não
é de espantar, pensou Trish. Até mesmo o Instituto de Ciências Noéticas da
Califórnia descrevia a disciplina numa linguagem misteriosa e difícil de entender,
definindo-a como o estudo do acesso directo e imediato por parte da humanidade
ao conhecimento além daquele disponível aos nossos sentidos normais e ao poder
da razão. A palavra noético,
como Trish havia descoberto, vinha do grego antigo nous, que
podia ser traduzido aproximadamente como conhecimento interno ou consciência
intuitiva. Tenho interesse no seu trabalho com meta-sistemas, disse Katherine,
e em como ele pode se relacionar com um projecto no qual estou trabalhando. Por
acaso estaria disposta a me encontrar? Eu adoraria fazer-lhe algumas perguntas.
Katherine Solomon quer fazer-me umas perguntas? Era como se
Maria Sharapova tivesse lhe telefonado pedindo dicas sobre ténis. No dia
seguinte, um Volvo branco parou em frente à sua casa e uma mulher atraente e
esguia usando uma calça jeans saltou do carro. Trish na mesma hora se sentiu
com meio metro de altura. Que
maravilha, resmungou consigo mesma. Inteligente, rica e magra, e eu ainda devo
acreditar que Deus é bom? Mas
o jeito despretensioso de Katherine logo a deixou à vontade. As duas se
acomodaram na imensa varanda dos fundos de Trish com vista para a propriedade
de tamanho impressionante. Sua casa é incrível, comentou Katherine.
Obrigada. Tive sorte na faculdade
e vendi a licença de um software que tinha desenvolvido. Relacionado com meta-sistemas?
Um precursor dos meta-sistemas. Depois do 11 de Setembro, o governo começou a
interceptar e analisar imensos campos de dados: e-mails de civis, ligações de telrmóveis,
faxes, mensagens de texto, sites na internet, tudo em busca de palavras-chave
ligadas a comunicações entre terroristas. Então eu desenvolvi um software que
lhes permitia processar seu campo de dados de uma segunda forma, extraindo dele
um outro produto de inteligência. Ela sorriu. Basicamente, o meu software lhes
permite medir a temperatura dos Estados Unidos. Como assim? Trish riu». In
Dan
Brown, O Símbolo Perdido, 2009, Bertrand Editora, 2009, ISBN 978-972-252-014-0.
JDACT, Washington DC, Dan Brown, Literatura, Maçonaria,