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Com a devida vénia a Theoni Pappas, The Joy of Mathematics, Fascínios da Matemática, Editora Replicação, Lda, 1ª edição, Junho de 1998, ISBN 972-570-204-2.
A Evolução dos Símbolos Matemáticos
Desde a época em que os primitivos escribas babilónios usavam cunhas de madeira para abrir um espaço nas placas de barro destinado ao zero, que os matemáticos conceberam símbolos para representar conceitos e operações, com o objectivo de atingir maior rigor e, claro, para poupar tempo, esforço e espaço.
Durante o século XV, alguns dos primeiros símbolos utilizados para mais e menos foram, respectivamente, p e m. Os mercadores alemães, por exemplo, recorriam aos símbolos + e - para denotar pesos de balança defeituosos. Foi por essa altura que os sinais + e - começaram a ser utilizados pelos matemáticos e, a partir de 1481, começaram a surgir nos manuscritos. O sinal da multiplicação, x, é atribuído a William Oughtred (1574-1660), mas encontrou grande oposição da parte de muitos matemáticos, que alegavam que se iria confundir com a letra x.
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Muito frequentemente, surgiram tantos símbolos Para um conceito quantos os matemáticos que com ele trabalhavam. No século XVI, por exemplo, François Viète foi o primeiro a usar a palavra aequalis, e mais tarde o sinal ~ para denotar a igualdade. Descartes preferia ∞ para esse mesmo fim, mas foi o símbolo de Robert Recorde (1557), =, que acabou por ser adoptado. Na sua opinião, as linhas paralelas eram objectos muito semelhantes e poderiam denotar igualdade.
Embora os antigos matemáticos gregos Euclides e Aristóteles já utilizassem letras para representar incógnitas, este procedimento não era muito comum. No século XVI, as incógnitas eram por vezes simbolizadas por palavras, tais como radix (raiz, em latim), res (coisa, em latim), cosa (coisa, em italiano) ou coss (coisa em alemão).
Entre 1584 e 1589, enquanto estava em funções no Parlamento da Bretanha, o advogado François Viète procedeu a um estudo extensivo do trabalho de muitos matemáticos, tendo divulgado o conceito da utilização de letras para representar quantidades positivas, conhecidas ou não.
Descartes modificou esta ideia e propôs que se usassem as primeiras letras do alfabeto para quantidades conhecidas e as últimas para quantidades não conhecidas. Finalmente, em 1652 as letras passaram a ser utilizadas, tanto para números positivos como negativos, por John Hudde.
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O símbolo ∞ tinha sido usado pelos romanos para representar 1000 e, mais tarde, qualquer número muito grande. Em 1655, John Wallis, professor em Oxford, utilizou pela primeira vez o símbolo ∞ para representar infinito, mas o seu uso não se generalizou senão a partir de 1713, quando Bernouilli voltou a divulgá-lo.
É difícil imaginar trabalhar em problemas matemáticos sem o sinal + ou sem símbolo para o 0, ou sem muitas outras notações matemáticas que nos habituámos a usar. Mas é também difícil imaginar que esses símbolos levaram séculos a evoluir e a ser universalmente aceites.