quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Leituras. Parte VII: O Bobo e Eurico, o Presbítero. «No primeiro, situa o romance no ano de 1128, dias antes da batalha de S. Mamede que opôs o exército de D. Afonso Henriques ao da sua mãe D. Teresa. No segundo, com Hermengarda reconhecemos o dramatismo duma Ofélia de Shakespeare, a penitente do amor

Cortesia de matportugal

Cortesia de alfarrabiodiuminho

O Bobo
Autor: Alexandre Herculano
Editora: Europa-América (Publicações)
Género: Romance
Local de Publicação: Lisboa
Páginas: 160
ISBN: 9721026506

Com a devida vénia ao CITADOR.

Opinião:
Em «O Bobo» Alexandre Herculano situa o romance no ano de 1128, dias antes da batalha de S. Mamede que opôs o exército de D. Afonso Henriques ao da sua mãe D. Teresa. Assim podemos assistir às tramas medievais e à estratégia usadas por ambos os exércitos, assim como ao porquê do ódio que D. Afonso Henriques nutre pelo conde Peres de Trava, amante da mãe.
Nisto tudo, um homem tem um papel fundamental, alguém que todos menosprezam, alguém que aparentemente nada valia..., é ele D. Bibas, o Bobo da corte.
Alexandre Herculano, chefe da Torre do Tombo e com um acesso privilegiado aos factos históricos, escreve um romance espantoso, cheio de luz e ironia.

Uma época que deu origem à nossa nação, aliás, a batalha de S. Mamede teve uma importância capital em todo este processos, porque ao sair vitorioso desta batalha, D. Afonso Henriques proclama-se chefe dos portugueses e com pretensões a criar um reino. Agora imaginemos que quem vencia era D. Teresa, simpatizante do reino da Galíza e sem quaisquer pretensões a expansões...
Um excelente livro de um excelente escritor.
Utilizador: Miguel Chaiça.

Cortesia de nonas-nonas

Eurico, o Presbítero
Autor: Alexandre Herculano
Editora: Europa-América (Publicações)
Género: Romance
Local de Publicação: Lisboa
Páginas: 204
ISBN: 9721026670

Opinião:
Eurico, antigo gardingo, enamorado de Hermengarda, que não pode desposar por preconceitos de casta, professa e, na solitária paróquia de Carteia, entrega-se à meditação, sublimando assim o desespero da sua renúncia amorosa. Após a invasão árabe, Pelágio organiza a resistência cristã. Hermengarda, que fora raptada pelos árabes, é libertada pelo misterioso Cavaleiro Negro, cuja bravura já havia alcançado fama até nas linhas inimigas. A solidão moral do celibato de Eurico poderá ser lida como o sacerdócio leigo de Herculano, que renunciou ao amor da juventude, em prol de uma dedicação total á causa social, política e literária.

Em Hermengarda, reconhecemos o dramatismo duma Ofélia de Shakespeare, figura paradigmática ressuscitada e largamente utilizada pelos românticos como a «penitente do amor».Um poema épico em prosa, digno de se comparar a outro monstro sagrado da literatura como Odisseia de Homero, sendo um marco importantíssimo da literatura portuguesa e universal, cujas páginas imorredoiras, que gerações sucessivas têm admirado, eleva a grandeza e o orgulho de se ser português.
Utilizador: Miguel Chaiça.

Cortesia de O Citador/JDACT