sábado, 27 de fevereiro de 2021

A História Secreta do Ocidente. Nicholas Hagger. «Estamos focalizando o período que vai da Reforma até o início do século XX. Depois da longa estabilidade das Idades Médias dominadas pela Igreja, quando havia heresias…»

Cortesia de wikipedia e jdact

«Este livro conta a história de como a revolução mundial brotou dos últimos 550 anos. É o primeiro livro a examinar as raízes da revolução mundial e a contar a história submersa dos eventos que deram forma ao nosso tempo, a história que não aparece nos livros de história ou nos jornais. A que tipo de Nova Ordem Mundial tendem as civilizações norte-americana e europeia? Para entender o movimento revolucionário mundial nos nossos dias, é vital obter uma visão aprofundada da Nova Ordem Mundial como processo moldado pelo impacto de sucessivas revoluções. Até onde é preciso retroceder em busca das revoluções que culminaram na Revolução da Nova Ordem Mundial? Retrocedendo, a Revolução Russa tem uma ligação causal com a Revolução da Nova Ordem Mundial, assim como a Revolução Imperialista do século XIX. Ambas se originaram no clima criado pelas revoluções Americana e Francesa. O clima que criou essas revoluções não teria ocorrido sem as três revoluções protestantes anteriores: a da Reforma, a Puritana e a Gloriosa.

Estamos focalizando o período que vai da Reforma até o início do século XX. Depois da longa estabilidade das Idades Médias dominadas pela Igreja, quando havia heresias, cruzadas, dinastias familiares e conflitos pelo poder, as revoluções se multiplicaram. A Renascença foi uma revolução cujo início pode ser fixado em 1453. Em 1485, a investida de Henry Tudor na Inglaterra não deixou de ser uma revolução. Em 1494, os Medici foram depostos, fugiram de Florença e Savonarola instituiu uma breve república democrática. Seus sermões contra a corrupção papal inspiraram a Reforma, que começou com Lutero, expandiu-se nos anos 1530 para a Inglaterra, onde Thomas Cromwell levou a cabo uma revolução social, e para a França através de Calvino, dividindo a Cristandade. Para ser bem compreendida, a Reforma tem que ser vista como uma revolução que tinha por detrás a acção de uma mão oculta. A Contrarreforma dos anos 1550 ampliou mais ainda a separação entre católicos e protestantes. A chamada revolução ceciliana (de William Cecil) no governo da Inglaterra durante o reinado de Elizabeth I criou uma nova visão imperialista, enquanto a Revolução Puritana posterior dominou o século XVII. A Restauração foi uma contrarrevolução contra os puritanos. Então veio a Revolução Gloriosa: o católico Jaime II foi expulso do trono e a Inglaterra finalmente se tornou protestante, aumentando ainda mais a divisão na Cristandade. Mais uma vez, uma organização secreta agia nos bastidores.

No século VIII, a Revolução Americana chocou a Inglaterra, o que levou quase imediatamente à Revolução Francesa e à chamada Idade da Razão. Organizações secretas estavam em acção por trás dessas duas revoluções. Do revolucionarismo nasceu o Romantismo (em si mesmo uma revolução), enquanto a nova religião da Razão gerou a Revolução Industrial, que impulsionou o (segundo) Império Britânico e o Império Germânico. Nesse cenário, houve supostas revoluções na Europa em 1830, 1848 e 1871. Na Rússia, houve muita actividade revolucionária na segunda metade do século XIX, culminando com a Revolução de 1917 e o advento de Staline. Organizações Secretas estavam em acção.

No século XX, uma sucessão de mudanças leva a uma revolução mundial. Durante 550 anos, as revoluções influenciadas por associações secretas se sucederam, como um terremoto depois do outro, uma maré depois da outra. Todas essas revoluções começaram com uma ideia oculta, embora a comunicação social as faça parecer meramente políticas. Em todas, o idealismo estimulado nos primeiros dias se corrompeu na prática.

Qual é o significado dos mais recentes acontecimentos da revolução mundial que está ocorrendo agora? Para compreendê-lo, temos que voltar ao passado e examinar as principais revoluções dos últimos 550 anos para ver se emerge um padrão que também esteja por trás dos mais recentes acontecimentos.

Nosso método será começar há 550 anos e formar um quadro progressivo da influência das organizações secretas sobre cada revolução, uma a uma, o que nos permitirá compreender o tempo presente. À medida que passarmos de uma revolução à outra, examinaremos cada um dos quatro estágios de nossa dinâmica revolucionária, que é um conceito inteiramente novo. Avançaremos em ordem cronológica, seleccionando os acontecimentos necessários para que a dinâmica revolucionária seja revelada, mas também os que possam fornecer um quadro da revolução e uma percepção do seu significado. Isso pode envolver algum detalhamento. Esse detalhamento é essencial, pois o que falta na nossa compreensão dessas revoluções é o seu significado. Os acontecimentos não se perderam: foram deixados pela maré da História, como cascas de siri, algas ou pedregulhos numa praia, mas a maré de significado retrocedeu. Para entender a presente revolução mundial, temos que redescobrir o conhecimento perdido que suscitou os acontecimentos das revoluções passadas, o que só pode ser feito reinterpretando de maneira nova os detalhes relativos a esse conhecimento perdido que mais se destacam. Tendo recapturado a dinâmica revolucionária de uma revolução por meio dos seus principais acontecimentos e do seu significado perdido, vamos então nos deter para reflectir e nos reconectar ao nosso tema principal». In Nicholas Hagger, A História Secreta do Ocidente, 2005, Editora Cultrix, 2011, ISBN 978-853-161-103-2.

Cortesia de ECultrix/JDACT

JDACT, Nicholas Hagger, Literatura, Narrativa,