«Este livro conta a história de como a revolução mundial brotou dos últimos 550 anos. É o primeiro livro a examinar as raízes da revolução mundial e a contar a história submersa dos eventos que deram forma ao nosso tempo, a história que não aparece nos livros de história ou nos jornais. A que tipo de Nova Ordem Mundial tendem as civilizações norte-americana e europeia? Para entender o movimento revolucionário mundial nos nossos dias, é vital obter uma visão aprofundada da Nova Ordem Mundial como processo moldado pelo impacto de sucessivas revoluções. Até onde é preciso retroceder em busca das revoluções que culminaram na Revolução da Nova Ordem Mundial? Retrocedendo, a Revolução Russa tem uma ligação causal com a Revolução da Nova Ordem Mundial, assim como a Revolução Imperialista do século XIX. Ambas se originaram no clima criado pelas revoluções Americana e Francesa. O clima que criou essas revoluções não teria ocorrido sem as três revoluções protestantes anteriores: a da Reforma, a Puritana e a Gloriosa.
Estamos focalizando o período que
vai da Reforma até o início do século XX. Depois da longa estabilidade das
Idades Médias dominadas pela Igreja, quando havia heresias, cruzadas, dinastias
familiares e conflitos pelo poder, as revoluções se multiplicaram. A Renascença
foi uma revolução cujo início pode ser fixado em 1453. Em 1485, a investida
de Henry Tudor na Inglaterra não deixou de ser uma revolução. Em 1494, os
Medici foram depostos, fugiram de Florença e Savonarola instituiu uma breve república
democrática. Seus sermões contra a corrupção papal inspiraram a Reforma, que começou
com Lutero, expandiu-se nos anos 1530 para a Inglaterra, onde Thomas Cromwell
levou a cabo uma revolução social, e para a França através de Calvino,
dividindo a Cristandade. Para ser bem compreendida, a Reforma tem que ser vista
como uma revolução que tinha por detrás a acção de uma mão oculta. A
Contrarreforma dos anos 1550 ampliou mais ainda a separação entre católicos e protestantes.
A chamada revolução ceciliana (de William Cecil) no governo da
Inglaterra durante o reinado de Elizabeth I criou uma nova visão imperialista,
enquanto a Revolução Puritana posterior dominou o século XVII. A Restauração
foi uma contrarrevolução contra os puritanos. Então veio a Revolução Gloriosa:
o católico Jaime II foi expulso do trono e a Inglaterra finalmente se tornou protestante,
aumentando ainda mais a divisão na Cristandade. Mais uma vez, uma organização
secreta agia nos bastidores.
No século VIII, a Revolução
Americana chocou a Inglaterra, o que levou quase imediatamente à Revolução
Francesa e à chamada Idade da Razão. Organizações secretas estavam em acção por
trás dessas duas revoluções. Do revolucionarismo nasceu o Romantismo (em si
mesmo uma revolução), enquanto a nova religião da Razão gerou a Revolução
Industrial, que impulsionou o (segundo) Império Britânico e o Império Germânico.
Nesse cenário, houve supostas revoluções na Europa em 1830, 1848 e 1871. Na Rússia,
houve muita actividade revolucionária na segunda metade do século XIX, culminando
com a Revolução de 1917 e o advento de Staline. Organizações Secretas estavam
em acção.
No século XX, uma sucessão de
mudanças leva a uma revolução mundial. Durante 550 anos, as revoluções
influenciadas por associações secretas se sucederam, como um terremoto depois
do outro, uma maré depois da outra. Todas essas revoluções começaram com uma
ideia oculta, embora a comunicação social as faça parecer meramente políticas.
Em todas, o idealismo estimulado nos primeiros dias se corrompeu na prática.
Qual é o significado dos mais
recentes acontecimentos da revolução mundial que está ocorrendo agora? Para
compreendê-lo, temos que voltar ao passado e examinar as principais revoluções
dos últimos 550 anos para ver se emerge um padrão que também esteja por trás
dos mais recentes acontecimentos.
Nosso
método será começar há 550 anos e formar um quadro progressivo da influência
das organizações secretas sobre cada revolução, uma a uma, o que nos permitirá
compreender o tempo presente. À medida que passarmos de uma revolução à outra,
examinaremos cada um dos quatro estágios de nossa dinâmica revolucionária, que
é um conceito inteiramente novo. Avançaremos em ordem cronológica, seleccionando
os acontecimentos necessários para que a dinâmica revolucionária seja revelada,
mas também os que possam fornecer um quadro da revolução e uma percepção do seu
significado. Isso pode envolver algum detalhamento. Esse detalhamento é
essencial, pois o que falta na nossa compreensão dessas revoluções é o seu
significado. Os acontecimentos não se perderam: foram deixados pela maré da
História, como cascas de siri, algas ou pedregulhos numa praia, mas a maré de significado
retrocedeu. Para entender a presente revolução mundial, temos que redescobrir o
conhecimento perdido que suscitou os acontecimentos das revoluções passadas, o
que só pode ser feito reinterpretando de maneira nova os detalhes relativos a
esse conhecimento perdido que mais se destacam. Tendo recapturado a dinâmica
revolucionária de uma revolução por meio dos seus principais acontecimentos e
do seu significado perdido, vamos então nos deter para reflectir e nos
reconectar ao nosso tema principal». In Nicholas Hagger, A História Secreta do
Ocidente, 2005, Editora Cultrix, 2011, ISBN 978-853-161-103-2.
Cortesia de ECultrix/JDACT
JDACT, Nicholas Hagger, Literatura, Narrativa,