cortesia de sonypozo1
(1885-1954)
Aristides de Sousa Mendes foi um diplomata português. Cônsul de Portugal em Bordéus no ano da invasão da França pela Alemanha Nazi na Segunda Guerra Mundial. Aristides de Sousa Mendes desafiou ordens expressas do seu ministro dos Negócios Estrangeiros, António de Oliveira Salazar, (cargo ocupado em acumulação com a chefia do Governo) e concedeu 30 mil vistos de entrada em Portugal a refugiados de todas as nacionalidades que desejavam fugir da França em 1940. Deste modo, salvou dezenas de milhares de pessoas do Holocausto. O mundo conhece-o como o «Schindler português». De facto, ele também teve a sua lista e salvou a vida de milhares de pessoas, das quais cerca de 10 mil judeus.
Pela Circular 14, Salazar ordena aos cônsules portugueses espalhados pelo mundo que recusem conferir vistos às seguintes categorias de pessoas: «estrangeiros de nacionalidade indefinida, contestada ou em litígio; os apátridas; os judeus, quer tenham sido expulsos do seu país de origem ou do país de onde são cidadãos».
Milhares de refugiados, que fogem do avanço Nazi, dirigiram-se a Bordéus. Muitos deles afluem ao consulado português desejando obter um visto de entrada para Portugal ou para os Estados Unidos, onde Sousa Mendes, o cônsul, caso seguisse as instruções do seu governo, distribuiria vistos.
Entretanto, em finais de 1939, Aristides já tinha desobedecido às directivas do ministro dos Negócios Estrangeiros, emitindo alguns vistos, nomeadamente ao rabino de Antuérpia, Jacob Kruger, que lhe pede ajuda para os refugiados judeus. Assim faz!
«A 16 de Junho de 1940, Aristides decide conceder visto a todos os que o pedissem: A partir de agora, darei vistos a toda a gente, já não há nacionalidades, raça ou religião. Com a ajuda dos seus filhos e sobrinhos e do rabino Kruger, ele carimba passaportes, assina vistos, usando todas as folhas de papel disponíveis».
Exemplar de um visto passado por Aristides de Sousa Mendes
Cortesia de aristitesdesousamendes
Confrontado com os primeiros avisos de Lisboa, ele terá dito: «Se há que desobedecer, prefiro que seja a uma ordem dos homens do que a uma ordem de Deus».
A 23 de Junho de 1940, Salazar demite-o das funções de cônsul.
Apesar de terem sido enviados funcionários para trazer Aristides, este lidera, com a sua viatura, uma coluna de veículos de refugiados e guia-os em direcção à fronteira, onde, do lado espanhol, não existem telefones. Por isso mesmo, os guardas fronteiriços não tinham sido ainda avisados da decisão de Madrid de fechar as fronteiras com a França. Sousa Mendes impressiona os guardas aduaneiros, que acabariam por deixar passar todos os refugiados, que, com os seus vistos, puderam continuar viagem até Portugal.
Cortesia de hubpages
Benedictus do Requiem à Memória de Aristides de Sousa Mendes da autoria de Luís Cipriano, numa interpretação do Coro Misto da Covilhã e da Orquestra Sinfónica da EPABI sob a direcção do compositor.
(O «CASTIGO» DE ARISTIDES DE SOUSA MENDES)
MLCT/JDACT
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