quarta-feira, 14 de abril de 2010

Aristóteles: O Grande Filósofo Grego. Parte I

(Aristóteles nasceu em 384 a.C.e morre em 322 a. C. (com 62 anos de idade)
Aristóteles , grande filósofo grego, filho de Nicómaco, médico de Amintas, rei da Macedónia, nasceu em Estagira, colónia grega da Trácia, no litoral setentrional do mar Egeu, em 384 a.C. Aos dezoito anos, em 367, foi para Atenas e ingressou na academia platónica, onde ficou por vinte anos, até à morte do Mestre. Nesse período estudou também os filósofos pré-platónicos, que lhe foram úteis na construção do seu grande sistema.
Do diferente carácter dos dois filósofos, dependem também as vicissitudes exteriores das duas vidas, mais uniforme e linear a de Aristóteles, variada e romanesca a de Platão.

Aristóteles foi essencialmente um homem de cultura, de estudo, de pesquisas, de pensamento, que se foi isolando da vida prática, social e política, para se dedicar à investigação científica. A actividade literária de Aristóteles foi vasta e intensa, como a sua cultura e seu génio universal. Aristóteles assimilou todos os conhecimentos anteriores e acrescentou-lhes o trabalho próprio, fruto de muita observação e de profundas meditações. Escreveu sobre todas as ciências, constituindo algumas desde os primeiros fundamentos, organizando outras em corpo coerente de doutrinas e sobre todas espalhando as luzes de sua admirável inteligência.
Não lhe faltou nenhum dos dotes e requisitos que constituem o verdadeiro filósofo.
  • Profundidade e firmeza de inteligência.
  • Agudeza de penetração e vigor de raciocínio.
  • Poder admirável de síntese.  
  • Facilidade de criação e invenção aliados a uma vasta erudição histórica.
  • Universalidade de conhecimentos científicos.
A primeira edição completa das obras de Aristóteles é a de Andronico de Rodes. As obras doutrinais de Aristóteles, tendo presente a edição de Andronico de Rodes.
I. Escritos lógicos: cujo conjunto foi denominado Órganon mais tarde, não por Aristóteles. O nome corresponde à intenção do autor, que considerava a lógica como instrumento da ciência.
II. Escritos sobre a física: abrangendo a hodierna (actual) cosmologia e a antropologia, e pertencentes à filosofia teórica, juntamente com a metafísica (conhecimento das causas primárias) .
III. Escritos metafísicos: a metafísica famosa, em catorze livros. É uma compilação feita depois da morte de Aristóteles mediante os seus apontamentos manuscritos, referentes à metafísica geral e à teologia. O nome de metafísica é devido ao lugar que ela ocupa na colecção de Andrónico, que a colocou depois da física.
IV. Escritos morais e políticos: a Ética a Nicómaco (trata da felicidade como projecto essencial do ser humano. Das virtudes, da sensatez, do que se pode e do que se deve fazer. Trata da possibilidade de se existir de acordo com as escolhas que fazemos. De se ser autónomo, de viver com gosto. Trata da procura do prazer pelo prazer e do prazer pela honra. Da justiça. Das formas de vida que levam à felicidade. Da procura do amor. É um livro fundamental para a cultura do ocidente), em dez livros, provavelmente publicada por Nicómaco, seu filho, ao qual é dedicada; a Ética a Eudemo (identifica a busca da felicidade como o fim último da vida), inacabada, um reparo da ética de Aristóteles, devido a Eudemo; a Grande Ética, compêndio das duas precedentes, em especial da segunda; a Política (consiste no livre exercício da virtude, e a virtude na mediania), em oito livros, e também inacabada.
V. Escritos retóricos e poéticos: a Retórica, em três livros; a Poética, em dois livros, que, no seu estado atual, é apenas uma parte da obra de Aristóteles.
As obras de Aristóteles as doutrinas que nos restam - manifestam um grande rigor científico, sem enfeites míticos ou poéticos, exposição e expressão breve e aguda, clara e ordenada, perfeição maravilhosa da terminologia filosófica, de que foi ele o criador.

Segundo Aristóteles, a filosofia é essencialmente teórica. Deve decifrar o enigma do universo, em face do qual a atitude inicial do espírito é o assombro do mistério. O seu problema fundamental é o problema do ser, não o problema da vida. O objeto próprio da filosofia, em que está a solução do seu problema, são as essências imutáveis e a razão última das coisas, isto é, o universal e o necessário, as formas e suas relações. Entretanto, as formas são permanentes na experiência, nos indivíduos, de que constituem a essência. A filosofia de Aristóteles é, portanto, conceptual como a de Platão mas parte da experiência; é dedutiva, mas o ponto de partida da dedução é tirado mediante o intelecto da experiência.
A filosofia, segundo Aristóteles, dividir-se-ia em teórica, prática e poética, abrangendo deste modo, todo o saber humano, racional. 
A ciência platónica e aristotélica são, portanto, ambas objectivas, realistas. Tudo que se pode aprender precede a sensação e é independente dela. No sentido estrito, a filosofia aristotélica é dedução do particular pelo universal, explicação do condicionado mediante a condição, porquanto o primeiro elemento depende do segundo. Também aqui se segue a ordem da realidade, onde o fenómeno particular depende da lei universal e o efeito da causa. Objecto essencial da lógica aristotélica é precisamente este processo de derivação ideal, que corresponde a uma derivação real.
JDACT

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