(1917-2009)
Cortesia de ascausasdajulia
Maria Stela Bicker Correia Ribeiro Piteira Santos foi viúva de Fernando Piteira Santos, tendo sido primeiro casada com António Fiadeiro, Stela fica na história pelo percurso próprio que traçou e percorreu como lutadora pela liberdade.
«Desde os anos 30 que Stela Bicker, então Fiadeiro, priva com os intelectuais do neo-realismo português e com os meios antifascistas e comunistas portugueses. ...casou com Piteira Santos em 1948, é presa em 1962 na sequência do golpe de Beja. Fernando Piteira Santos, que participara no golpe, consegue fugir do país para o Norte de África, de barco.
Piteira Santos conseguiu ludibriar os seus perseguidores porque Stela os iludiu, ajudando o marido a fugir pelo telhado. Mais tarde acaba ela por ser detida. Depois de libertada, sai de Portugal de carro com Lyon de Castro e junta-se, em Paris, ao marido. Em França, é fundada a Frente Patriótica de Libertação Nacional, após o que o casal se exila na Argélia, onde dirige aquela organização. Stela foi a primeira voz feminina da Rádio Argel.
Stella acompanhou alguns jovens da sua geração na militância comunista, fazia parte daquelas pessoas de estrita confiança das frágeis direcções dos anos 30,. Deru apoio na dactilografia de actas e sínteses de reuniões do topo do partido, fizera transportes e entregara originais para a imprensa clandestina, participou na fuga de Pável (Francisco Paula de Oliveira, operário serralheiro do Arsenal de Marinha e dirigente da Federação das Juventudes Comunistas Portuguesas, FJCP). Esteve presa várias vezes e, no exílio argelino, foi uma das vozes da Rádio Voz da Liberdade, junto com Manuel Alegre». In PÚBLICO, p. 39, 24/01/2009
Cortesia do PÚBLICO
Foi uma jovem cidadã interveniente, uma adolescente emancipada. Em meados dos anos 40, aderiu ao Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas, tendo como presidente Maria Lamas (a ribatejana de Torres Novas) sua amiga pessoal. Stela era uma mulher moderna e com os olhos postos no horizonte. Recebeu das mãos de Jorge Sampaio a insígnia da Ordem da Liberdade.
Quando estava na Argélia, uma canção era uma «arma», os microfones da Rádio Voz da Liberdade, RVL também, apontados a campanhas para a libertação dos presos políticos, revelando dados sobre a guerra colonial submersos pelos censores portugueses, recebendo correio de muitos exilados, difundindo a Liberdade.
Morre aos 91 anos de idade.
Cortesia de Almanaque Republicano/Público 24/01/209, p. 39/In Memoriam de Maria Stella Piteira Santos/JDACT
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