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Pêro de Alenquer (século XV) foi um piloto náutico português. Na exploração de 1487-1488 pilotou a caravela com que Bartolomeu Dias ultrapassou o cabo da Boa Esperança, tendo anotado, nessa viagem, inúmeras observações. A sua escolha para esta função demonstra que já devia possuir larga experiência na navegação atlântica, dado que a equipagem desta armada foi recrutada entre os melhores homens do mar à época, dado o cuidado que o monarca dedicou à sua organização.
Quando da viagem de Vasco da Gama, que culminou com a Descoberta do caminho marítimo para a Índia, Pêro de Alenquer foi o piloto-mor da nau «São Gabriel», capitânea da armada, outra indicação de que seria, seguramente, o melhor piloto de seu tempo.
Os historiadores acreditam que Pêro morreu no regresso desta última viagem.
Garcia de Resende, na sua Crónica de D. João II (1545), a respeito deste profissional, relata que, certo dia, estando o monarca à mesa de refeições, afirmou que só podiam vir navios de pano latino da costa da Mina (ou seja, apenas de bandeira portuguesa), uma vez que desejava manter a exclusividade desta rota. Pêro de Alenquer replicou que de lá traria qualquer navio redondo. Diante da negativa do rei, o piloto reafirmou o que dissera antes, e o monarca rematou a conversa afirmando que a «...um vilão peco não há coisa que lhe não pareça que fará e enfim não faz nada». Terminada a refeição, o monarca mandou chamar Alenquer e pediu-lhe que lhe perdoasse por ter dito aquilo, mas pretendia manter o segredo da navegação para a Mina - e por isso manteve sempre a Guiné bem guardada no seu reinado, acrescenta o cronista.
A história de Resende embora considerada incongruente sob vários pontos de vista - não apenas dado que Portugal não era o único país onde existiam navios redondos que pudessem navegar até à Mina, e que não é credível que pretendendo o monarca manter o controle da navegação daquela costa, um dos seus pilotos de confiança não soubesse que devia manter sigilo rigoroso a seu respeito, demonstra que o navegador era um personagem próximo do soberano, e dele se afirma que era um «muito grande piloto da Guiné e que bem tinha descoberto».
Uma pequena Nota sobre Garcia de Resende:
Garcia de Resende, 1470-1536, foi um poeta, cronista, músico e arquiteto português. Sabe-se que em 1490 era moço da câmara de D. João II (1481-95) e, no ano seguinte, seu moço de escrevaninha ou secretário particular, cargo que exercia ainda em Alvor, onde o soberano veio a falecer. Coube-lhe ser designado secretário-tesoureiro da faustosa embaixada de D. Manuel I (1495-1521) ao Papa Leão X. Os últimos anos de vida passou-os em Évora, onde era proprietário. Como muitos homens do Renascimento, Garcia de Resende tinha muitas facetas: trovava, tangia, desenhava e julga-se que era entendido em arquitectura militar. Alguns historiadores consideram-no o iniciador do ciclo dos Castros, pois as suas trovas referentes à morte de Inês de Castro são o mais antigo documento poético conhecido versando sobre o assunto. Escreveu a Miscelânea em redondilhas, curiosa anotação de personagens e de acontecimentos, nacionais e europeus. Mas o que o tornou conhecido foi o Cancioneiro Geral, em que reuniu as composições poéticas produzidas nas cortes de D. Afonso V (1438-81), D. João II e D. Manuel I, tendo-lhe redigido um prólogo dedicado ao príncipe D. João e composto as quarenta e oito trovas com que encerra a obra.
Um futuro trabalho...
Wikipedia/JDACT
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