Cortesia de ctorio
Os limites da razão
«Temos sempre de usar a razão. em muita coisa da vida, é a razão que efectivamente funciona. Mas quando chegarmos ao fundamental quero ver como se usa a razão. Porque o fundamental vai ser um dia alguma coisa de perfeitamente indefinível, porque tem de ser tudo. Porque se o fundamental do mundo apenas tiver o que nós achamos bom, o que achamos racional, o que achamos científico, etc., ela é a metade do mundo. Mas, se ela tiver de ser completa, ela tem de ser ao mesmo tempo essa particulazinha fundamental, o racional e o irracional, o bom e o mau, o aceitável e o inaceitável ... e aí como é que é que a razão se pode aguentar?». In Agostinho da Silva, Entrevista, pág. 135-136.
A realização do indivíduo
Enquanto vivermos numa sociedade que tem de produzir em comum, embora não seja para uso comum aquilo que produz, mas que tem de ter uma determinada organização, é evidente que o indivíduo não se pode realizar completamente. Tem de se realizar nalguma parte que possa ser útil aos outros, e entrar no jogo geral com que o mundo se apresenta, mas espero que um dia tudo o que é obrigatório hoje para essa campanha de produção, as coisas vão melhorando de tal ordem, que seja possível a cada um entrar o menos possível nesse jogo geral, e dar ele a sua mensagem particular ao mundo, fazer a obra que deve fazer, e, porque ele é único, será a única obra daquele tipo no mundo». In Agostinho da Silva, Entrevista, pág. 137.
Cortesia de novaeraalvorecer
Cortesia Casa das Letras/Paulo Neves da Silva/JDACT