Cortesia de Norte Alentejano
Cortesia de Norte Alentejano
O Rio Sever
Centro do polígono turístico do Norte Alentejano
«Desça o visitante dos montes e vales de S. Mamede e faça o percurso do pentágono turístico que assenta seus outros vértices na monumental cidade de Portalegre de evocação regiana, em Castelo de Vide, terra de águas puríssimas, em Marvão, ninho de águias de alcantilada fortaleza e em Valência de Alcântara, autêntico álbum de portas ogivais, já em terras de Espanha, ali a dois passos... Desça e repouse finalmente no centro do polígono - a Portagem, no sítio da Aramenha, no vale do Sever, o rio de águas correntes que fogem da serra e das barragens até à fronteira - aí onde, junto das pontes e da piscina natural, o espera o conforto de uma boa cama e o sabor de uma excelente mesa, típica, regional, autêntica, inesquecível, de bons petiscos, de bons vinhos.
Repouse no Sever, tal como o fizeram as damas da corte fidalga que em longínquos tempos ali passaram e nas límpidas águas do rio se miraram à falta de espelho, nele se ver puderam seus formosos rostos e ao rio, por esse encanto, deram para todo o sempre o nome de SE VER / SEVER e ao lugar o de Porto dos Cavaleiros...
Lenda e história, cultura e tradição aqui se dão as mãos e oferecem ao visitante arqueologia e arte, paisagem e beleza, em terras que foram de romanos e mouros, terras que se estendem desde os borbulhantes Olhos de Água às Caleiras da Escusa, desde a romana Ammaia à mourisca Aramanha até às arribas de Marvão e as fragosas águas da Serra Fria...
Estes são os sítios que nas margens do rio lendário o convidam a um momento de tranquilo repouso e de saboroso repasto, onde O Sever é um espelho para o visitante se ver e rever em férias de sonho...». In Manuel Inácio Pestana.
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«Durante o sua estada nesta zona do Norte Alentejano maravilhe-se com o cor do Presente que se cheiro, se toca e se sente. Saiba, contudo, que também o Passado distante gravou na pedra e na terra com labor, as misérias e grandezas doutros que, antes de nós também aqui estanciaram.
A cidade romano de Ammaia, em S. Salvador da Aramenha, já citado pelos autores clássicos e nos trabalhos impressos desde o século XVI, constitui, só por si, uma riqueza patrimonial notável a exigir visita atenta.
Cortesia de Norte Alentejano
Apesar de já no século XVII Diogo Pereira de Sotto Mayor ter defendido que Ammaia se localizava no sítio da Aramenha, até cerca de 1930 confundiu-se esta cidade com a cidade de Medóbriga e defendeu-se que a Ammaia se localizara em Portalegre. A confusão estabeleceu-se porque muita pedraria da cidade romana localizada na Aramenha foi sendo transportada, ao longo dos séculos, para Portalegre, onde foi reutilizado na construção doutros monumentos. Em 1935 Leite de Vasconcelos estabelecia, finalmente, que a cidade de Ammaia se localizava na Aramenha.
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Ao longo dos tempos muitos foram os materiais arqueológicos exumados, sem carácter científico, neste sítio arqueológico. Actualmente, a escavação científico da cidade de Ammaia permitiu já reconstituir e / ou identificar parte da Praça Pública, da Muralha e Torres Defensivas, os Banhos, um Templo e o Teatro. Se esta foi terra escolhida de romanos para aqui fundarem uma sua cidade também o foi, na Idade Média, para local de vivência das minorias religiosas muçulmanas e judaica cuja presença deixou testemunhos escritos e arqueológicos. No antigo cemitério do Convento de N. Sra da Estrela de Marvão foram identificadas duas cabeceiras de sepultura medievais decoradas com a menorah ou candelabro judaico de sete braços. Estas duas peças de grande valor histórico / arqueológico, fazem hoje porte do Núcleo Judaico do Museu Municipal de Marvão instalado na Torre da Portagem de Marvão onde funcionou a Alfândega Medieval da vila. instalada junto ao rio Sever, a antiga Torre da Alfândega constitui um polo de interesse para o visitante à procura do rico Património judaico desta região.
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No contexto de efemérides nacionais evocativas da passagem dos 500 Anos do Édito de Expulsão dos judeus de Portugal - 1496 - 1996 -, perante as autoridades portuguesas e israelitas, nesta torre se descerrou uma lápide que lembro os milhares de Judeus espanhóis que em 1492, depois do Édito de Expulsão de Espanha, atravessaram a fronteira à procura de abrigo em Portugal. Escolheu-se esta Torre pelo seu peso simbólico no contexto deste outro êxodo do povo judaico.
Cortesia de filhodovento2006
A Expulsão dos Judeos de Espanha contribuiu para que a população judaica tivesse aumentado em Portugal, sobretudo nas zonas da raia. Sendo esta uma zona raiana, os testemunhos históricos / arqueológicas da presença judaica são abundantes de um e outro lado da fronteira. Também do ponto de visto dos usos e costumes é possível identificar aqui as permanências judaicas como o bolo da massa, a evocar a Mazah, ou os molhinhos que, O SEVER Residencial e Restaurante, na margem esquerda do rio lindo de se ver, lhe permitirá saborear». In Carmen Balesteros.Cortesia do Norte Alentejano/JDACT