quarta-feira, 8 de junho de 2011

Biblioteca Nacional de Portugal adquire álbum fotográfico. Biblioteca Nacional de Lisboa: No Convento de S. Francisco (1949). «A BNP adquiriu em leilão organizado pelo Palácio do Correio Velho, um conjunto de cinquenta e seis fotografias (E.A. 289 P.) referentes à história da própria Instituição. De formato postal e a preto e branco, as provas fotográficas estão reunidas por carcelas e encadernadas, constituindo um pequeno álbum factício, cujo título, gravado a dourado, identifica a biblioteca»

Cortesia da bnp

«A Biblioteca Nacional de Portugal adquiriu, em leilão organizado pelo Palácio do Correio Velho, um conjunto de cinquenta e seis fotografias (E.A. 289 P.) referentes à história da própria Instituição.
De formato postal e a preto e branco, as provas fotográficas estão reunidas por carcelas e encadernadas, constituindo um pequeno álbum factício, cujo título, gravado a dourado, identifica a biblioteca, o tema e a data. O ex-libris de António Capucho manifesta a proveniência próxima.
As fotografias documentam o mau estado de conservação e insegurança das instalações, equipamentos e colecções, em 1949, data que é comprovada pela inclusão de folhas de agenda desse ano em seis provas: «o grande problema da época, situou-se, fora de qualquer dúvida, na precariedade das instalações, degradadas até ao indizível e de estreiteza asfixiante».
Albergada então no antigo Convento de S. Francisco da Cidade (1837-1969) para onde transitara do Terreiro do Paço, desde logo, estas instalações foram consideradas exíguas e inadequadas. A data desta impressionante “reportagem” coincide com o penúltimo ano da direcção de Augusto Botelho da Costa Veiga (1928-1950): em 1934 tinham sido propostas novas instalações vindo a ser nomeada uma Comissão multidisciplinar que produziu duas soluções alternativas. Entre novas instalações, no prolongamento da Avenida da Liberdade, e remodelação das existentes.

Cortesia de bnp

Embora a segunda folha deste álbum apresente a indicação manuscrita de uma selecção de cinco fotografias, a breve pesquisa agora efectuada não foi conclusiva quanto a quem se deve a iniciativa da realização deste conjunto e qual a sua finalidade, sendo de notar que o trabalho obedece a uma planificação técnica: são documentados vários Fundos com as cotas visíveis, apostas, ou de temática expressa (J. – Jornais; B. – Bibliografia; H.G. – História e Geografia; L. – Literatura; P. – Poligrafia; R. – Religião; S.A. – Ciências e Artes; S.C. – Ciências Civis; códices, bíblias, obras iconográficas, obras cartográficas), encadernações, exemplos de tipos de problemas de mau estado de conservação de obras (danos por bibliófagos, rasgões, fungos, vestígios de incêndio).
No entanto, e considerando a data das fotografias, não consta do Inventário do Arquivo Histórico da BNP referência expressa a Relatório assinado por Costa Veiga, nem por João Martins da Silva Marques, Director durante escassos meses, entre 1950-51. Igualmente não consta dos Anais das Bibliotecas e Arquivos, 1949, último ano desta publicação antes do início da nova série, nove anos mais tarde, qualquer colaboração sobre este tema.

Cortesia da bnp

Finalmente em 1950 é criada mais uma Comissão para estudo do problema e é escolhido o terreno do Campo Grande. Em 1951, é nomeado Director Manuel Santos Estevens e a elaboração do projecto, segundo criterioso programa deste Director, é entregue ao Arquitecto Porfírio Pardal Monteiro, em 1952: os trabalhos iriam durar dezassete anos; a permanência da Biblioteca Nacional em instalações provisórias duraria cento e trinta e dois anos». In Biblioteca Nacional de Portugal.

Cortesia de BNP
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