domingo, 25 de setembro de 2011

José Niza: Foi médico, compositor e político português. Ao lado de Zeca Afonso, foi responsável pela gravação dos álbuns “Eu Vou Ser Como a Toupeira”, “Venham Mais Cinco” e “Coro dos Tribunais”

(1938-2011)
Lisboa
Cortesia de macua

«José Manuel Niza Antunes Mendes foi em 1956 estudar medicina para a cidade de Coimbra. É nessa cidade que funda, em 1961, a Orquestra Ligeira do Orfeon Académico de Coimbra, conjuntamente com José Cid, Proença de Carvalho, Joaquim Caixeiro e Rui Ressureição.
Apesar de se ter destacado em várias áreas, foi na música que José Niza gravou o seu nome, tendo sido autor de muitas canções de Paulo de Carvalho, Carlos do Carmo, Carlos Mendes, Duarte Mendes, Teresa Silva Carvalho, Vitorino, Fausto e Rui Veloso. Em 1972, juntamente com José Calvário e Carlos Mendes, ganhou o Festival RTP da Canção com o tema "A Festa da Vida", proeza que voltaria a repetir no Festival da Canção em 1974, 1976 e 1987. A música “E Depois do Adeus”, interpretada por Paulo Carvalho, e que ficou para a história como uma das senhas musicais do Movimento das Forças Armadas na revolução de 25 de Abril de 1974, foi também escrita por si. Ainda na música, em 1971, José Niza passou a ser responsável pela produção da editora discográfica Arnaldo Trindade (Discos Orfeu), responsável pelo lançamento de alguns dos nomes mais importantes da música popular portuguesa, como José Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Sérgio Godinho, Vitorino, Paulo de Carvalho, Fernando Tordo, Manuel Freire, Carlos Mendes e José Calvário, entre outros». In Comunicação Social

Cortesia de santarem

Ao lado de Zeca Afonso, José Niza foi responsável pela gravação dos álbuns “Eu Vou Ser Como a Toupeira” (1972), “Venham Mais Cinco” (1973), “Coro dos Tribunais” (1974) e “Com as Minhas Tamanquinhas” (1976). Depois do 25 de Abril, José Niza deixou a editora Orfeu e passou a dedicar-se à política, sempre ligado ao Partido Socialista. Foi eleito deputado à Assembleia da República pelo círculo de Santarém e, em 1977 e 1978, ocupou o cargo de director de Programas da RTP. Em 1983 e 1984, voltou à RTP como administrador ligado à produção e, em 1985, regressou ao Parlamento, onde procurou sempre defender a música, tendo participado na elaboração da legislação relativa à obrigatoriedade de passagem de 50 por cento de música portuguesa nas estações de rádio. Deixou de ser deputado em 1999, mas manteve-se como assessor do presidente da Assembleia da República.

Deputado em muitas legislaturas colaborou em diversas iniciativas e diplomas legislativos: Código dos Direitos de Autor e Direitos Conexos, Lei de Protecção da Música Portuguesa, Redução do Imposto sobre Importação de Instrumentos musicais, etc.






Poema de Rosália de Castro e Música de José Niza









E Alegre se fez Triste
Aquela clara madrugada que
viu lágrimas correrem no teu rosto
e alegre se fez triste como
chuva que viesse em pleno Agosto.

Ela só viu meus dedos nos teus dedos
meu nome no teu nome. E demorados
viu nossos olhos juntos nos segredos
que em silêncio dissemos separados.

A clara madrugada em que parti.
Só ela viu teu rosto olhando a estrada
por onde um automóvel se afastava.

E viu que a pátria estava toda em ti.
E ouviu dizer adeus: essa palavra
que fez tão triste a clara madrugada.

Músicas de José Niza







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