«…) 1. O Monumento de Mafra de A a Z organiza-se por ordem alfabética; 2. Os nomes de personagens históricas e autores devem ser procurados sempre pelo seu primeiro nome; 3. Os eventos, sucessos históricos, bem como locais (chafarizes, fontes, minas, poços, etc.) e dependências monásticas, quando expressos por um substantivo e um determinativo ou qualificativo, devem ser procurados nestes últimos: Abrantes, Marquês de; Actos Escolares, Sala dos; etc.; 4. O asterisco (*) indica a remissão da palavra assinalada para outra entrada ou para artigo específico do Catálogo-guia; 5. Com o objectivo de facilitar a leitura e tornar acessíveis os documentos e fontes incluídas, procedeu-se à actualização da sua grafia e pontuação. Quando não for esse o caso e se tratar de inéditos, serão referenciadas as cotas e os respectivos Arquivos ou Bibliotecas.
Aarão Lacerda (1890-1947)
Formou-se com
distinção em Direito e, depois, em Ciências Históricas e Geográficas, na
Universidade de Coimbra. Discípulo de Joaquim Vasconcelos, suceder-lhe-ia na regência
da cátedra de História de Arte na Academia de Belas-Artes do Porto, tendo,
posteriormente, aceite o convite para leccionar a cadeira de Estética e
História de Arte na Faculdade de Letras do Porto. Foi ainda: professor de História
da Música no Conservatório do Porto e director da Escola de Belas Artes da
mesma cidade, tendo sido provido como catedrático da cadeira de Estética e
História de Arte na Faculdade de Letras de Coimbra, vaga, por morte do
professor Virgílio Correia; vogal da Academia Nacional de Belas Artes, membro
da Academia Portuguesa de História e comendador da Ordem de Santiago de Espada.
Autor de vasta e erudita obra, a sua consagração definitiva chegaria com a
edição de O Fenómeno Religioso e a
Simbólica (1924). Para enfatizar a importância cultural do
reinado de dom João V, abona-se no programa escultórico de Mafra, referindo-se
às estátuas encomendadas pelo Magnânimo em Itália em termos encomiásticos: O
italianismo barroco movimenta-se em Mafra na estatuária solene, declamatória, exultante,
profusa em efeitos de claro-escuro, dramática nas expressões ou decorativa nos
planeamentos, esculpidos pelos artistas educados naquela linguagem de alma
plasmada por Bernini numa teoria estupenda de figuras, bem grifadas pelo seu
génio que soube, como raros, dominar a pedra, volatilizá-la, podíamos quase
dizer, tão maleável e dúctil se tornou nas suas mãos demiúrgicas. Sublinharia também
o carácter excepcional da obra de Alexandre Giusti, bem como o seu ascendente
compositivo sobre os discípulos, caso, designadamente, de Machado Castro (cf. Arte: escultura, pintura e artes decorativas,
in História de Portugal,
Barcelos, 1934, p. 608-609).
Chafariz e Fonte do
Abade
Designação
partilhada por um chafariz e por uma fonte (n. 30) da Segunda Tapada ou Tapada
do Meio, também denominados do Casal do Abade. A fonte fica situada um pouco
abaixo das ruínas do dito casal e mesmo à beira do caminho que conduz à ponte
da Cuba e ao vale da Guarda. A nascente é pouco abundante, porém a água é de
excelente qualidade. Dom Pedro V era grande apreciador do chá feito com a água
desta fonte. O chafariz do Abade acha-se à beira da Rua da Boa Vista, um pouco
adiante da ponte da Enxóvia, na encosta onde se implantava o antigo casal; dispõe
de tanque e possui manancial abundante de boa água que serve para dessedentar o
gado bovino e a caça grossa.
Dom ABADE
Do aramaico, abba, latinizado em abbas, abbatis, com o significado de pai espiritual. As três
ocorrências no Novo Testamento reportam-se a Deus, mas na Igreja a designação
aplica-se a varões fazendo as vezes de Cristo, cujo magistério, carisma,
virtude e ancianidade, atraindo as almas, tenha originado comunidades sob a sua
direcção. A denominação, primitivamente apanágio dos Padres do Deserto, foi
aclimatada ao Ocidente por São Bento e adoptada por Santo Isidoro e São
Frutuoso cujas Regras, conjugadas com a Regula Communis, moldaram o monaquismo visigótico hispânico até
à invasão muçulmana. A instituição ressurgiria com Cluny durante a reconquista.
Até meados de quinhentos, exceptuando o primeiro, geralmente nomeado pelo
fundador do mosteiro, os Abades seriam escolhidos vitaliciamente pelos monges
pertencentes a cada comunidade. O Concílio de Trento obrigaria os mosteiros a
reunirem-se em congregações presididas
por um Abade Geral ou dom Prior, eleito trienalmente em Capítulo. Uma vez
extintos os abades Regulares, no ano de 1834, subsistiram apenas os Abades seculares
(párocos), em resultado da transformação dos mosteiros em igrejas paroquiais. O
báculo foi desde sempre o símbolo da sua autoridade pastoral». In Manuel J. Gandra,
O Monumento de Mafra de A a Z, 1º Volume, Colecção Mafra de Bolso, Wikipédia.
Cortesia de CMafraB/JDACT
JDACT, Mafra, Manuel J. Gandra, Conhecimento,