quarta-feira, 1 de junho de 2011

Os Retratos de Fayum: Os Olhos que nos Observam da Antiguidade. «Sob o domínio greco-romano, o Egipto tinha várias colónias gregas, a maioria delas concentradas em Alexandria. Outra dessas colónias era Faiyum, que também abrigava habitantes de outras partes do Egipto, como o Delta do Nilo e Mênfis»

Cortesia de digacultura

Os Retratos de Fayum é o termo moderno para um tipo de retrato realista pintado sobre madeira (carvalho, cedro ou cipreste) em múmias egípcias do Egipto romano. Os retratos são inovações que datam da época da ocupação Romana do Egipto, e eram comuns desde o Delta do Nilo até há Núbia. Fazem parte da tradição da pintura de painéis, que continuou na Arte bizantina (iconografia) e na Arte copta. Em termos de tradição artística, os retratos derivam mais da arte Greco-Romana do que da antiga arte Egípcia e isso deriva da grande quantidade de imigrantes grego no Egipto ptolemaico. Sob o domínio greco-romano, o Egipto tinha várias colónias gregas, a maioria delas concentradas em Alexandria. Outra dessas colónias era Faiyum, que também abrigava habitantes de outras partes do Egipto, como o Delta do Nilo e Mênfis.

Cortesia de digacultura

Dois tipos de retratos podem ser diferenciados pela técnica:
  • os que utilizam a Encáustica;
  • os que usam a têmpera.
A maioria dos retratos foi encontrada na necrópole de Faiyum.
O explorador italiano Pietro Della Valle, em uma viagem para Sakara-Mênfis em 1615, foi o primeiro europeu a descobrir e descrever os retratos. Outros retratos foram encontrados no século XIX em Tebas. Ippolito Rosellini, membro da expedição de Jean-François Champollion trouxe um dos retratos para Florença.
Hoje, os retratos de Fayum podem ser encontrados em importantes museus arqueológicos do mundo, tais como o Museu Britânico, o Metropolitan Museum of Art, em Nova York e o Louvre, em Paris.

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Os hábitos relacionados aos enterros na Dinastia ptolemaica seguiam as antigas tradições. Os corpos dos membros das classes altas eram mumificados, colocados em caixões decorados e era também colocada uma máscara para cobrir a cabeça. Os gregos da região praticavam a tradição da cremação. Isso reflecte a situação geral do Egipto no Helenismo:
  • os governantes se auto-proclamavam faraós, mas incorporavam apenas poucos hábitos locais, seguindo o estilo de vida grego.
Tudo mudou com a chegada dos romanos. Em poucas gerações, todas as tradições gregas desapareceram.

Cortesia digacultura

Características marcantes dos «Retratos de Fayum»:
  • os olhos, que embora mudemos de posição, parecem continuar a observar-nos;
  • a perspectiva, que diferentemente das pinturas egípcias tradicionais, estão de frente (ou quase);
  • a naturalidade e o realismo com que as pessoas foram retratadas;
  • o facto de serem pessoas comuns e não deuses, faraós ou heróis.
Cortesia de wikipédia/Diga Cultura/JDACT