domingo, 18 de dezembro de 2011

Convento de Cristo. Tomar: «O abastecimento de água ao Convento foi inicialmente, garantido por uma série de cisternas, abertas nos principais claustros e que se conjugam, num elaborado sistema de recolhas pluviais. Em finais do século XVI, decide-se ampliar o abastecimento de água, através da construção de um aqueduto que aduz um canal de nascentes, situadas a noroeste do monumento»

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Antiga Casa do Capítulo
«Assim, se ao piso térreo da “Casa do Capítulo” corresponde o traço renascentista atribuído a João de Castilho (a data de 1533 aparece inscrita em duas pequenas cartelas sobrepojadas por dois anjos). autor, também, do altar encimado por um anjo sustentando urna tabela com a divisa IHS.
Foi neste espaço capitular ou no terreiro fronteiro ao portal da Igreja (a documentação disponível refere com pormenor a cerimónia, mas sem indicação precisa do local.

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Aqueduto dos Pegões
O abastecimento de água ao Convento foi inicialmente, garantido por uma série de cisternas, abertas nos principais claustros e que se conjugam, num elaborado sistema de recolhas pluviais. Em finais do século XVI, depois da estada de Filipe II de Espanha, aqui aclamado rei de Portugal, decide-se ampliar o abastecimento de água, através da construção de um aqueduto que aduz um canal de nascentes, situadas a noroeste do monumento. A empreitada régia iniciou-se em 1593, sob a direcção de Filipe Terzi e foi continuada por Pedro Fernando Torres, vindo a ser concluída sob a direcção de Diogo Marques Lucas.
O aqueduto apoia um canal formado por talhões imbricados, de 30 cm de largura e entre dois rebordos que asseguram a passagem e tem, espaçadamente, arcas ou pias onde se vão depositando as impurezas mais pesadas. As duas nascentes iniciais se juntam, ao longo do percurso, outras duas, vencendo-se os desníveis do terreno, através de uma elegante cortina de arcadas, com 58 altos arcos de volta inteira na sua parte mais elevada, o vale da “ribeira de Carregueiros”, arcada esta que se levanta sobre l6 majestosos arcos ogivais, apoiados em pilares, numa altura máxima de 220 metros.


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Refeitório
Entre o Claustro de D. João III e o Claustro dos Corvos, situa-se o Refeitório (33m x 9m), obra quinhentista atribuída a João de Castilho. A solução da cobertura, em abóbada de berço, articulada, longitudinalmente, em seis filas de caixotões, confere um essencial sentido de profundidade a todo o conjunto, esteticamente rematado por dois belos púlpitos laterais, um deles com a data de 1536, enquadrados por frisos renascentistas figurando cavalos, anjos, cornucópias e óculos rodeados de quimeras.
No topo norte do Refeitório, dois pequenos armários de parede, com moldura renascença, antecedem um pequeno espaço por onde se faz o acesso a uma sala inferior que funcionou como antigo armazém e à “ministra”, zona para passagem da comida da Cozinha para o Refeitório. As mesas de pedra mármore são arranjo posterior e as janelas rasgadas a sul, patenteiam, nos arcos interiores, restos de pintura mural, com motivos geométricos». In Luís Maria Graça, O Convento de Cristo, Instituto Português do Património Cultural, ISBN 972-9181-08-X, Tomar, 1991

Cortesia de Instituto Português do Património Cultural/JDACT