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O órgão de tubos é um instrumento musical tocado por meio de um ou mais manuais e uma pedaleira. O som é produzido pela passagem do vento (ar comprimido) através de tubos de metal e madeira.
Os órgãos de tubos variam muito em tamanho, indo desde uma pequena caixa até a monumentais caixas de altura de 2 a 5 andares. Encontram-se sobretudos nas igrejas, mas também em salas de concertos e escolas.
Os executantes deste instrumento chamam-se organistas e os seus construtores, organeiros.
Cortesia de olharesaeiou
A Organologia classifica o órgão de tubos como aerofone de teclas, pela passagem de ar comprimido em tubos de diferentes comprimentos (notas) e características (registos). Trata-se de um instrumento de sopro com a diferença de o ar não ser injectado pelo sopro humano, mas sob a forma de ar comprimido que, acumulado pelo fole, é reencaminhado para os tubos respectivos às notas e aos registos que se quer fazer soar.
O órgão é o instrumento musical por excelência. Dadas as suas características acústicas e técnicas, o órgão é ideal para acompanhar vozes humanas, razão pelo qual o órgão adquiriu ao longo dos séculos uma forte índole sacra.
O seu espectro sonoro é o mais amplo de todos os instrumentos: varia imensamente em timbre, altura do som e amplitude sonora (volume). Os diversos timbres encontram-se divididos de acordo com filas e são controlados pelo o uso de registos. O teclado não é expressivo e não afecto a dinâmicas, mas é possível criar variados efeitos através da articulação. O som de um tubo permanece constante enquanto a tecla é premida.
Cortesia de espelhomeu
Uma caractarística única é o facto de qualquer nota do órgão se poder manter perpétua e ininterrupta enquanto se presiona uma tecla. A nota não se anula gradualmente como no piano ou no cravo. Isto materializa e simboliza teologicamente o imutável, o permanente, o perpétuo, o perene, o eterno, o divino, ou seja, a presença de Deus entre os homens. Aquilo que é eterno acima daquilo que é efémero. O órgão de tubos ocupa um lugar de destaque na Liturgia Cristã, quer na Igreja Católica, quer nas Igrejas Reformadas. Tem por objectivo o enriquecimento do culto através da arte musical. Dá força à oração, ao apoiar e sustentar o texto cantado (passível de ser introduzido e harmonizado pelo organista de imensas formas diferente), como cria uma atmosfera de meditação sobre a Palavra, tocando a solo, numa vertente laudatória, evocativa ou mística.
Cortesia de apao
A Igreja Católica reafirmou no Concílio Vaticano II a excelência do órgão na tradição musical e nos actos de culto divino:
- Tenha-se em grande apreço na Igreja latina o órgão de tubos, instrumento musical tradicional e cujo som é capaz de dar às cerimónias do culto um esplendor extraordinário e elevar poderosamente o espírito para Deus. (Constituição Apostólica Sacrosanctum Concilium artigo nº 120).
Cortesia de arquidiocesebh
O órgão é constituído por 4 partes:
- Pneumática,
- Tubaria,
- Mecânica,
- Caixa.
A pneumática é o conjunto formado pelos dispositivos de captação, retenção e envio do ar comprimido à tubaria, bem como a regulação da sua pressão. Os seus elementos são:
- Ventilador,
- Fole,
- Contra-fole.
A tubaria, também chamada canaria, é o somatório de todos os tubos do órgão, encarregues da emissão sonora. O tubo é o elemento responsável pela emissão sonora à passagem do ar através do seu corpo, funcionando como qualquer instrumento de sopro.
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Quando o executante prime uma tecla, o ar comprimido é libertado e conduzido para atravessar o tubo determinado, emitindo a nota correspondente. Os tubos dividem-se em duas grandes espécies diferentes:
- os tubos labiais,
- os tubos palhetados (ou de palheta, ou de lingueta).
O registo é um conjunto de tubos de uma mesma fila, os quais têm o mesmo timbre, porque os tubos de uma mesma fila (registo). Os dados de um órgão de tubos:
- ligas metálicas de estanho, chumbo, cobre;
- ou madeira, que pode ser castanho, carvalho, pereira, etc.;
- o formato, tubo cilíndrico, cónico, cónico invertido, paralelipipédico;
- a medida, termo organístico que se refere à relação entre a altura e o diâmetro;
- a intonação, termo organístico que se refere ao ataque, claridade, presença, e outros vectores muito precisos da qualidade sonora ou timbre.
A conjugação destas características dão origem a vários tipos de registos, classificáveis de acordo com uma identificação das suas propriedades acústicas, pois cada qual apresenta características específicas de altura, intensidade e timbre. Assim temos:
- Flautados ou Principais: sonoridade robusta;
- Flautas, sonoridade aveludada;
- Cordas, sonoridade quente;
- Híbridos, sonoridade mista;
- Oscilantes, com batimentos;
- Mutações, correspondem a notas de intervalos diferentes em relação à nota real que está a ser tocada;
- Compostos, correspondem a mais do que uma fila de tubos;
- Misturas, correspondem a mais do que uma fila de tubos;
- Palhetados, de palheta.
A construção do órgão de tubos é também é a mais complexa de todos os instrumentos musicais. Juntamente com o relógio, é considerado uma das mais complexas criações do engenho humano anteriores à Revolução Industrial. É o instrumento que possibilita a maior variedade de possibilidades de construção. Pode construir-se órgãos que são os maiores instrumentos musicais em tamanho, amplitude sonora (volume) e extensão.
Cortesia de amarantejornal
Exige-se do organeiro, além de uma grande capacidade intelectual e auditiva, uma enorme domínio de várias áreas como desde logo a Música e a Acústica, mas também a Engenharia, o Design, a História da Arte, e uma vasta experiência provada ao longo de anos de trabalho e aprendizagem.
Cortesia de Órgão de Tubos/wikipedia/JDACT